Blog do Flavio Gomes
F-1

CANADA DRY (2)

MOSCOU (quase abaixo de zero) – Existe “polaça”? Porque o que Vettel fez hoje no Canadá foi isso. Consegui assistir pela TV russa a classificação, e acho que como quase todo mundo esperava ver a Red Bull na frente, depois dos resultados nos treinos livres — Verstappinho dominando o mundo. Nada. Quando foi para valer, […]

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MOSCOU (quase abaixo de zero) – Existe “polaça”? Porque o que Vettel fez hoje no Canadá foi isso. Consegui assistir pela TV russa a classificação, e acho que como quase todo mundo esperava ver a Red Bull na frente, depois dos resultados nos treinos livres — Verstappinho dominando o mundo.

Nada.

Quando foi para valer, Vettel enfiou o pé e fez a sua quarta pole no ano, 54ª na carreira. E com uma volta que ele mesmo não considerou perfeita. Ô homem exigente…

Eu tinha apostado em Hamilton no nosso bolão dos colegas da Fox, mas desde o início dos treinos, ontem, ficou claro que a Mercedes teria dificuldades por conta de suas divergências com os pneus mais macios que a Pirelli produziu neste ano. Mesmo assim, Bottas ainda arrancou um segundo lugar no grid, e no fim Lewis acabou decepcionando com voltas ruins, abusando do direito de fritar pneus no cotovelo que antecede a grande reta de Montreal. Não foi bem, em resumo, o que explica sua quarta colocação, atrás ainda de Max.

[bannergoogle]A Red Bull optou por largar com os pneus hipermacios — Ricardão falou que vai passar todo mundo nas primeiras voltas graças à borracha mais gosmenta do fim de semana, largando em sexto. OK, é uma estratégia. Os ultramacios foram a escolha dos demais candidatos à vitória, as duplas de Ferrari e Mercedes.

Pelo que se viu até agora, tem-se a impressão de que os rubro-taurinos farão um primeiro stint bem curto e veloz. Como dá para ultrapassar em Montreal, ainda mais com três zonas de DRS, é possível que tenhamos um início de prova bem divertido. O que vem depois, sabe-se lá. No Canadá, safety-car não é raridade. Os muros são próximos e esfregadas e batidas acontecem com alguma frequência — embora seja justo lembrar que Mônaco é pior ainda e ninguém bateu, exceção feita a Leclerc por conta de uma falha nos freios. Se um safety-car pintar numa janela de paradas, podemos ter um baralho bem embaralhado em algum momento da corrida.

Gasly, Stroll, Sirotkin, Ericsson e Grosjean, este com motor estourado, foram os pilotos limados no Q1. Nenhuma grande novidade. Na Sauber, Leclerc tem superado seu companheiro com frequência. A dupla da Williams é cativa e dificilmente conhecerá as delícias de um Q2 na temporada.

Decepção foi a McLaren ao empacar com seus dois carros na segunda parte da classificação, o que fez com que cinco duplas fossem ao Q3: as turmas de Ferrari, Mercedes, Red Bull, Renault e Force India, que vem reagindo a um mau início de campeonato.

[bannergoogle]Então foi a vez de Vettel acelerar com gosto, cravando 1min10s764 na sua melhor volta. Os seis primeiros ficaram separados por meros 0s352. É um equilíbrio animador. O sétimo no grid, Hülkenberg, ficou 1s2 atrás. É outra categoria. A F-1 das três grandes e a dos demais. Nenhuma novidade.

Meu favorito para a vitória, até hoje, era Hamilton. O cara anda muito bem no Canadá. Já venceu seis vezes no circuito da ilha de Notre Dame, três pela McLaren e três pela Mercedes (2007/10/12/15/16/17). Mas alguma coisa acontece no coração mercêdico quando a borracha oferecida é demasiadamente macia. Não sei como vai se comportar amanhã. Depende um pouco do clima, da temperatura do asfalto, da maneira como a corrida vai se desenvolver.

Acho que Vettel, após a pole, tem o direito de se considerar favorito. E se há uma ameaça forte, creio que ela vem mais da Red Bull do que dos carros prateados. A conferir.