Blog do Flavio Gomes
F-1

N’ÁUSTRIA (2)

MOSCOU (surpresinha) – Não vou dizer que o cara quebrou as casas de apostas, porque quem anda de Mercedes sempre pode fazer uma polezinha avulsa. Mas também não dá para negar que pouca gente esperava que o simpático e caladão Valtteri Bottas, nosso querido Sapattos, fosse superar Hamilton hoje em Spielberg. E é ele quem […]

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MOSCOU (surpresinha) – Não vou dizer que o cara quebrou as casas de apostas, porque quem anda de Mercedes sempre pode fazer uma polezinha avulsa. Mas também não dá para negar que pouca gente esperava que o simpático e caladão Valtteri Bottas, nosso querido Sapattos, fosse superar Hamilton hoje em Spielberg.

E é ele quem larga na frente amanhã para o GP da Áustria, em mais uma primeira fila da Mercedes — a terceira em 2018, segunda seguida. Para Bottas, é a quinta pole da carreira, todas elas de Mercedes — foram quatro no ano passado. Ele deixou Lewis para trás por apenas 0s019, e é com ele que vai dividir a primeira curva.

[bannergoogle]Valtteri já havia começado o Q3 melhor, fazendo 1min03s264 na sua primeira tentativa, diante de uma volta cheia de erros do inglês, mais de meio segundo mais lento. Na segunda saída, Bottas baixou seu tempo para 1min03s130. Hamilton chegou perto, mas não deu. Vettel e Raikkonen, também previsivelmente, fizeram a segunda fila. No cronômetro, pelo menos. Porque pouco depois da classificação o alemão levou um pênalti de três posições por ter bloqueado Sainz Jr. no Q2. Assim, larga em sexto. Kimi subiu para terceiro, Verstappinho é o quarto e Grojã partirá em quinto, na melhor posição de largada da Haas em sua curta história na F-1 — amanhã o time americano fará seu 50º GP. Ricardão acabou em sétimo e o top-10 foi fechado com Magnólia Arrependida, Sainz Idade e o incrível Hulk.

A Red Bull, na sua casa, larga com pneus supermacios, contra os ultramacios de sua adversária direta, a Ferrari — a Mercedes fará o mesmo que os rubro-taurinos, já que não se dá bem com os pneus mais gosmentos da Pirelli.

Essas variações de estratégia não têm se convertido em nada muito empolgante nas últimas corridas. No fim das contas, resultam em pouco mais que janelas de pit stop mais espaçadas e não alteram em quase nada o desfecho das corridas. Nada de se entusiasmar demais, pois. A Red Bull esticar o primeiro stint não significa que vai dar o pulo do gato em algum momento e derrotar Sebastian e Kimi graças aos seus generais pensantes de pitwall. E o fato de os ferraristas largarem com ultramacios também não quer dizer que vão atropelar os dois carros prateados à sua frente nas primeiras voltas. Aliás, na curtíssima pista austríaca, é bem difícil de ultrapassar. Seguir o carro à frente muito de perto traz grandes dificuldades aerodinâmicas.

Nas duas primeiras partes da classificação, pouca coisa a destacar. O Q1 tirou da disputa Vandoorne, Pérez, Sirotkin, Hartley e Ericsson. Pelo menos foi democrático, com cinco equipes diferentes degoladas. Novidade aí foi ver um carro da Williams passar adiante, o de Stroll. No Q2, ficaram pelo caminho Ocon, Gasly, Leclerc (trocou o câmbio, cairá de 13º para 18º), Alonso e o mocinho da Williams.

[bannergoogle]Bottas, com cinco poles, se iguala a alguns nomes importantes da história da F-1 como Farina, Amon, Regazzoni, Tambay e Rosberg — o pai. Não é lá uma estatística tão impressionante, mas pelo menos a companhia é boa. Vai vencer amanhã? Ele falou que ninguém, no grid, está mais faminto por uma vitória. Sapattos ganhou apenas três corridas na vida, todas elas no ano passado, e a segunda foi justamente na Áustria. Talvez tenha sido seu melhor fim de semana na F-1, porque também fez a pole e teve um início excepcional — a ponto de se suspeitar de uma queima de largada. Facilitou sua vida uma punição de Hamilton que deixou o inglês apenas em oitavo no grid, com a perda de cinco posições por troca de câmbio.

Está com cara de repeteco.