Blog do Flavio Gomes
F-1

RÓQUENRRAIM (1)

RIO (explicações no final*) – Calorão danado e possibilidade de tempestades em Hockenheim. Já vi esse filme. Muitas vezes. GP da Alemanha tem dessas. Alto verão europeu, região de florestas, a água vem com gosto, mesmo. Mas já vou avisando: em geral, no fim da tarde. Então, não esperem por nada muito especial no fim […]

ale181

RIO (explicações no final*) – Calorão danado e possibilidade de tempestades em Hockenheim. Já vi esse filme. Muitas vezes. GP da Alemanha tem dessas. Alto verão europeu, região de florestas, a água vem com gosto, mesmo. Mas já vou avisando: em geral, no fim da tarde. Então, não esperem por nada muito especial no fim de semana, como uma deliciosa corrida com chuva.

(Tomara que eu esteja errado.)

O primeiro dia de treinos para o GP da Alemanha foi da Red Bull, para o bem e para o mal. Ricardão foi o mais rápido de manhã e Verstappinho, de tarde. Só que o australiano terá de trocar vários componentes do motor e vai partir lá atrás no grid. Sorte do jovem companheiro, que poderá se preocupar com menos gente na corrida de domingo para tentar um pódio que, pelos resultados de hoje, é possível.

[bannergoogle]A sexta-feira foi de notícias importantes, também. A começar pela renovação de Bottas por mais um ano com a Mercedes. Muita gente torce o nariz para o finlandês, rapaz dos mais discretos, mas francamente… Para quê ir atrás de outro? Ele faz os pontos necessários, está sempre no pódio, não incomoda Hamilton, não come muito, acho que nem bebe, usa pouco desodorante, fala baixo e levanta o assento da privada para fazer xixi. Esqueçam aqueles tempos em que equipes grandes contratavam dois pilotos de ponta para que acabassem se matando internamente. Aliás, esses tempos nem existiram desse jeito que muita gente imagina. Existiram casos isolados em outros tempos, como as duplas Prost-Senna, Piquet-Mansell, Prost-Mansell — exercícios de sadismo e/ou masoquismo de McLaren, Williams e Ferrari em priscas eras. No mais, escalar dois picas para o mesmo time é burrice.

Ainda no mercado de pilotos, parece que o jovem Stroll virou objeto de desejo de equipes à beira da bancarrota, como sua atual empregadora, a Williams, e a Force India. O menino é cheio da grana — papai se deu bem na vida — e está de saco na lua com a bosta de carro que a Williams fez. Vai embora, com certeza. E como diz Victor Martins no link acima, ele praticamente decide quem vai viver. Seu dinheiro, digo.

Vou te dizer… A Williams corre risco, sim. Já perdeu a Martini para 2019. Perdendo seu jovem canadense rico, não sei como vai sobreviver, não.

Outra notícia do dia foi a história da adoção dos pneus de 18 polegadas e perfil baixo e o banimento dos cobertores elétricos a partir de 2021. Mas como 2021 está longe, depois falo disso. Agora vou fazer um macarrão com mascarpone, presunto cru e peras. Fica muito bom.

* “Róquemrraim” é uma singela homenagem que faço a um velho colega de rádio cujo nome não declinarei, mas que me divertia muito quando chegávamos a essa corrida. Vocês sabem que locutores de rádio e televisão, em geral, simplesmente não sabem pronunciar o “H” aspirado. Ou, por outra, sabem; mas não o fazem. Porque transformá-lo num “R” monumental, estendido, sonoro e rascante é muito mais… radiofônico e televisivo, ora bolas! E eu adorava quando Damon Hill estava no auge, porque nessa prova tínhamos a linda frase “…e DÊIMON RRRRIOOO VÊÊÊÊNCE EM RRRRÓQUEMRRAIM”! Melhor ainda quando quem estava bem na corrida era o Frentzen. Aí vocês podem imaginar o que era um Heinz-Harald seguindo um Hill em Hockenheim. Não havia “Rs” que bastassem na face da Terra.