Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM À TARDE

RIO (panela velha) – Chamou muito a atenção ontem a alegria de Maurizio Arrivabene e dos mecânicos da Ferrari com a vitória de Raikkonen em Austin. Apesar do jeitão, ele é um querido da equipe e de toda a Fórmula 1. Há muito respeito pelo finlandês. Mas achei muito engraçado ele e Verstappen perguntando a […]

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Kimi e Max na salinha perguntam a Hamilton: “E aí, você foi campeão?”

RIO (panela velha) – Chamou muito a atenção ontem a alegria de Maurizio Arrivabene e dos mecânicos da Ferrari com a vitória de Raikkonen em Austin. Apesar do jeitão, ele é um querido da equipe e de toda a Fórmula 1. Há muito respeito pelo finlandês. Mas achei muito engraçado ele e Verstappen perguntando a Hamilton se ele tinha sido campeão. Esses caras são gozados. Por isso, estão os dois na nossa “imagem da corrida” neste rescaldão que, finalmente, foi produzido no dia certo!

Kimi, ao vencer o GP dos EUA, estabeleceu algumas marcas muito interessantes. Uma delas: o intervalo entre a primeira e a última vitória do finlandês é de 15 anos. Ele ganhou a primeira na Malásia em 2003, pela McLaren. Voltou a vencer agora, em 2018, com a Ferrari. É o maior espaço de tempo entre primeira e última vitória já registrado por um piloto na história F-1. Aos 39 anos, tornou-se o mais velho a ganhar uma corrida desde Nigel Mansell, que tinha 41 quando levou o GP da Austrália de 1994 pela Williams. Mas tem mais, e por isso vamos logo ao…

NÚMERO DOS EUA

…GPs levou Raikkonen para voltar a vencer na F-1. A última vitória havia sido pela Lotus na Austrália em 2013, exatos 2.046 dias antes. É o maior intervalo entre duas vitórias de um mesmo piloto na categoria. A marca pertencia a Riccardo Patrese, que venceu o GP da África do Sul de 1983 pela Brabham e só voltaria ao degrau mais alto do pódio 99 corridas depois, em 1990, com a Williams em Imola — 2.403 dias depois.

Daria para dizer mais desta vitória meio inesperada do simpático Homem de Gelo. Aliás, dá. Por exemplo: ele se tornou o único piloto na história a ganhar corridas com motores V10, V8 e, agora, V6 híbridos.

E mais: Raikkonen subiu ao pódio pela 50ª vez vestindo o macacão da Ferrari. Uma marca bastante expressiva, que deixa o finlandês em terceiro lugar entre os pilotos que mais troféus ganharam pelo time de Maranello. O recordista é Michael Schumacher, com 116 taças. Rubens Barrichello, com 55, vem em segundo. Fechando a lista dos cinco ferraristas que mais foram ao pódio, depois de Kimi, vêm Fernando Alonso, com 44, e Sebastian Vettel, com 43. O primeiro pódio de Raikkonen na equipe vermelha foi conquistado com a vitória na Austrália em 2007, ano em que foi campeão mundial.

E há algo em comum entre todos esses pódios, como bem notou nosso cartunista oficial Maurício Falleiros aí em cima, genial como sempre…

Faltaram algumas coisinhas para dizer sobre a corrida de ontem, como, por exemplo, exaltar o bom resultado da Renault, com Hülkenberg em sexto e Sainz Jr. em sétimo. Foram 14 pontos para a conta, melhor corrida do time francês no ano — que tinha marcado dez na China, no Azerbaijão, no Canadá e na Alemanha.

Renault: 14 pontos no melhor resultado da temporada para o time francês

E faltou também mencionar as desclassificações de Ocon, oitavo, e Magnussen, nono — respectivamente por irregularidade no fluxo de combustível e na quantidade de gasolina usada na corrida. Com isso, Pérez subiu para oitavo, Hartley ficou em nono e Ericsson, em décimo. Magnussen reclamou pacas. Disse que não faz sentido correr economizar combustível numa corrida de carros. Tendo a concordar. Mas não será dele a declaração escolhida para este rescaldo como…

A FRASE DE AUSTIN

Alonso, acertado por Stroll: irresponsáveis

“É impossível correr contra esses pilotos. O baixo nível desses jovens é inacreditável.”

Fernando Alonso, atingido por Lance Stroll logo na largada. A primeira parte da frase ele disse pelo rádio. A segunda, em entrevistas. Juntei as duas. Porque ele tem toda razão quando se refere a alguns desses jovens.

Poderia também destacar o que Raikkonen disse sobre a vitória, mas já falamos demais dele. Em todo caso, fica o registro. Kimi, meio em tom de desabafo, declarou que “provar que algumas pessoas estão erradas já foi divertido o bastante para mim”. Tomara que ele ainda tenha a chance de vencer de novo até o fim do ano. Porque a partir da próxima temporada, na Sauber, só por milagre.

E para encerrar…

Kid Max: até cinto tinha

GOSTAMOS – Bastante do macacão estilo caubói que a Red Bull inventou para seus pilotos em Austin. Tinha até imitação de cinto com fivelão e botas. Acho bacanas essas ações da equipe. E deu sorte para Kid Max >>>, como não? Um excepcional segundo lugar, depois de largar em 18º. Ganhou o prêmio de “Piloto do dia” do amigo internauta, com toda justiça.

Ricciardo: quebrou de novo

 

 

 

 

 

 

NÃO GOSTAMOS – De ver o pobre <<< Daniel Ricciardo abandonar mais uma vez — sétima corrida no ano sem pontos, a imensa maioria por problemas mecânicos. Ele não vê um trofeuzinho desde a vitória Mônaco, sexta etapa da temporada. Depois do anúncio de sua saída para a Renault, o australiano passou a comer o pão que a latinha de energético amassou. Christian Horner falou que o problema foi na bateria, como no Bahrein, e que ele deveria conversar “com seus novos patrões” sobre o assunto. A Red Bull, lembremo-nos, troca os motores Renault pelos Honda no ano que vem. E as relações entre a equipe e a fábrica francesa são as piores possíveis.