Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MANHÃ

RIO (agora vamos ver) – “Se eu não estivesse lutando pelo título, não teria mexido para evitar o toque e provavelmente bateríamos.” Foi assim que Hamilton resumiu a briga com Leclerc na 23ª volta do GP da Itália, ontem. “A gente vai aprendendo aos poucos como esses pilotos novos se comportam, como lidam com essas […]

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Hamilton cumprimenta Leclerc: inglês percebeu que ganhou um novo rival

RIO (agora vamos ver) – “Se eu não estivesse lutando pelo título, não teria mexido para evitar o toque e provavelmente bateríamos.” Foi assim que Hamilton resumiu a briga com Leclerc na 23ª volta do GP da Itália, ontem. “A gente vai aprendendo aos poucos como esses pilotos novos se comportam, como lidam com essas situações. Da próxima vez talvez eu possa fazer um trabalho melhor.”

Lewis deu essas declarações sem irritação na voz. Apenas uma constatação. É uma turma que está chegando agora, e é preciso saber enfrentá-los. São diferentes dos adversários que sempre teve, como Vettel, Alonso e Rosberg. Os tempos são outros.

Falei ontem sobre troca da guarda. Talvez esteja na hora. Vocês já se deram conta que Hamilton e Vettel ganharam nove dos últimos 11 títulos na F-1? E serão dez em 12 ao final desta temporada. Desde a primeira conquista de Lewis, em 2008, só Button (2009) e Rosberg (2016) quebraram o domínio desses dois gênios.

A má fase de Vettel: rodou sozinho e quase foi acertado por Stroll

Sim, são gênios, e não se enganem. Vettel também é. Vive, verdade, um momento difícil. Desde o GP da Alemanha do ano passado, quando bateu de forma bisonha perdendo a corrida e a liderança do campeonato.

Mas acho injusto julgar Sebastian por uma ou duas temporadas ruins. Não se esqueçam que ele é tetracampeão mundial. “Ah, mas tinha o melhor carro!” Bem, em geral é assim. E não se esqueçam que, ao lado de Alberto Ascari, é o terceiro maior vencedor da história da Ferrari. São 13 vitórias, perdendo apenas para as 15 de Lauda e as 72 de Schumacher. É bem provável que, em pouco tempo, se torne o segundo na lista do time italiano.

Não é pouco. Muita calma para esculhambar um piloto que tem a trajetória que Vettel já construiu. Por outro lado, ninguém precisa ficar com pena dele pelo que fez Leclerc na classificação. Revi o vídeo de sábado pela câmera do monegasco e ele foi bem insolente, sim, ao não cumprir o que combinara, a saber: dar o vácuo para o companheiro na segunda tentativa de volta rápida. Sebastian, quando ainda moleque na Red Bull, era useiro e vezeiro em desrespeitar acordos e ordens de equipe. Sua maior vítima, todos se lembram, foi Mark Webber. Que se encheu e largou a categoria.

Mas quem não perdoou mais um mau dia de Vettel foi nosso cartunista oficial Marcelo Masili. Pau nele, coitado!

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A FRASE DE MONZA

Ricciardo: ode às redondas

“Pizza, pizza, pizza!”

Daniel Ricciardo, pelo rádio, comemorando seu melhor posição no ano, o quarto lugar. Hülkenberg terminou em quinto, levando a Renault ao seu melhor resultado desde o início da era híbrida, somando 22 pontos. O australiano dedicou a corrida “a quem construiu esse motor“.

Breves notícias que escaparam do textão de ontem, agora. É para isso que serve este rescaldão, afinal:

– A Haas informou que seu contrato de patrocínio com a misteriosa marca de energéticos Rich Energy chegou ao fim. Em julho a coisa começou a cheirar mal quando a empresa anunciou que estava deixando o time por conta de seus maus resultados. Depois, voltou atrás. Esse caso é dos mais obscuros da história dos patrocínios na F-1.

– A FIA disse que não puniu Leclerc na defesa de posição contra Hamilton — que levou o inglês a cortar a segunda chicane — porque não houve contato entre os carros. Lewis não gostou muito.

– Para Toto Wolff, não houve punição porque era a Ferrari e na Itália. “Se fizessem alguma coisa, aconteceria uma revolução”, conformou-se o dirigente do time alemão.

O NÚMERO DA ITÁLIA

…anos a torcida italiana teve de esperar para comemorar uma vitória da Ferrari em Monza. A última havia sido de Fernando Alonso, em 2010. No total, a equipe de Maranello tem 19 vitórias em Monza. Sei que vocês querem a lista, então lá vai: 1951 e 1952 (Ascari), 1960 e 1951 (Phil Hill), 1964 (Surtees), 1966 (Scarfiotti), 1970 e 1975 (Regazzoni), 1979 (Scheckter), 1988 (Berger), 1996, 1998, 2000, 2003 e 2006 (Schumacher), 2002 e 2004 (Barrichello), 2010 (Alonso) e 2019 (Leclerc).

Muita gente questionou a simples bandeira preta e branca, de advertência, para Leclerc na disputa com Hamilton. E, também, a inação dos comissários quando ele cortou a chicane e voltou à frente do inglês da Mercedes. Por que, me perguntaram, puniram Vettel no Canadá e não fizeram nada com o jovem das bochechas rosadas numa situação semelhante?

Bem, no Canadá o argumento para o pênalti foi que Vettel voltou para a pista de maneira perigosa depois de sair da pista, levando Lewis a fazer uma “manobra evasiva” para não bater no rival ou no muro. Como eu acho que a punição foi injusta em Montreal, acharia o mesmo se resolvessem penalizar Leclerc em Monza. Portanto, penso que fizeram bem em não tomar nenhuma atitude domingo.

Podemos encerrar? Então vamos:

Giovinazzi: só alegria em casa

GOSTAMOS Do nono lugar do simpático Giovinazzi >>>, seu melhor resultado na carreira. Não é grande coisa, mas para o tanto de infortúnios que viveu a Alfa Romeo, salvou o fim de semana. Vejam só: Raikkonen bateu num treino livre e na classificação, trocou o motor, teve de largar dos boxes, a equipe montou os pneus errados em seu carro e ele foi punido. O finlandês resumiu o GP da Itália com uma palavra: “Merda”.

Max: erro na primeira volta

NÃO GOSTAMOSDe <<< Verstappen, de novo. Bateu na primeira freada logo depois da largada, arrebentou o bico e teve de parar antes do tempo. OK, largou na última fila por conta da troca e motor e terminou em oitavo — alguns abandonos e pilotos punidos ajudaram. Mas a gente sempre espera algo mais do holandês. Que teve dois GPs apagados, na Bélgica e na Itália. Que volte em forma em Singapura.

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