Blog do Flavio Gomes
Nas asas

NAS ASAS

RIO (melancólico) – Leonardo Mansur mandou a dica da postagem do “abandonados.br” no Instagram. Trata-se de um Douglas DC-8 da antiga TCB (Transportes Charter do Brasil). Eis a história, interessantíssima, que reproduzo do perfil — ótimo, diga-se: Voou inicialmente na Air New Zealand (ZK-ZNC) como parte do primeiro lote de DC-8 da empresa, configurados para […]

RIO (melancólico) – Leonardo Mansur mandou a dica da postagem do “abandonados.br” no Instagram. Trata-se de um Douglas DC-8 da antiga TCB (Transportes Charter do Brasil). Eis a história, interessantíssima, que reproduzo do perfil — ótimo, diga-se:

Voou inicialmente na Air New Zealand (ZK-ZNC) como parte do primeiro lote de DC-8 da empresa, configurados para 129 passageiros. No fim da década de 70 a empresa neozelandesa se desfaz deste modelo de aeronave, e o ZNC ficou estocado em um deserto dos EUA. No fim dos anos 80 o DC-8 vai para o Canadá, onde levava passageiros para a Europa em voos charter. Antes de chegar ao Brasil, a aeronave iria passar ainda pelo Peru, onde voou pela Faucett. Em 1998 a Transporte Charter do Brasil/TCB, uma empresa de transporte de cargas com sede em São Paulo, adquire o DC-8 e coloca a matrícula PP-TPC com o nome “Daniel”. A empresa operava voos para a VASPEX. Era comum observar a aeronave executando a rota GRU-MAO-GRU, até que em 2004 a empresa atravessou problemas financeiros e deixou de operar. Em 2002 o TPC chegou a sofrer incidente no SBEG, quando a tripulação não conseguiu controlar a aeronave na pista durante a frenagem após pouso, emesmo utilizando os reversos acabou com o trem de pouso fora da pista. Também nos anos 2000, durante uma decolagem de Eduardo Gomes, a aeronave teve problemas no motor número 3 e precisou retornar imediatamente. O pouso foi bem sucedido, porém o peso estava acima do limite recomendando. Na época, o DAC (Departamento de Aviação Civil) condicionou uma nova decolagem se a empresa verificasse possíveis fissuras ou trincas no trem de pouso. A empresa não fez, e tempos depois o trem de pouso principal esquerdo quebrou e a aeronave ficou nessa situação. O cansado quadrirreator ficou caro de operar, e a manutenção já não compensava. Em 2019 uma turma de entusiastas da Nova Zelândia foi até Manaus com a missão de tentar recuperar a aeronave. Não é algo simples, existem débitos e problemas judiciais a serem resolvidos ainda dos antigos donos. A ideia deles é expor essa máquina junto com outras aeronaves que marcaram a história da aviação daquele país. A informação é que eles continuam com este sonho, e receberam a promessa de que a aeronave não será descartada enquanto mantiverem a campanha de arrecadação de fundos para levá-lo de volta à Nova Zelândia.