CAMPINAS (on my way) – Zak Brown comemorando o terceiro lugar da McLaren no Mundial de Construtores. Na falta de coisa melhor, foi o que selecionei como a imagem mais marcante do GP de Abu Dhabi, que fechou a temporada ontem.
Ah, vai, foi legal. A alegria da equipe laranja era autêntica, também para ela foi um domingo de despedidas — Sainz e Renault –, e desde 2012 o time não conseguia nada parecido. De quebra, ainda anunciou a venda de parte de suas ações a um grupo americano cujo nome está anotado em algum canto, mas não importa. Foi um pedaço pequeno, mas que ajuda a capitalizar a McLaren, que andava meio mal das pernas.
Bom, campeonato encerrado, alguns números interessantes, para depois pinçar um só para ser o nosso número de Abu Dhabi.
- Foram 5 vencedores diferentes: Hamilton (11), Bottas (2), Verstappen (2), Gasly (1) e Pérez (1)
- Nas poles, 4: Hamilton (10), Bottas (5), Stroll (1) e Verstappen (1)
- Foram 9 os pilotos que lideraram voltas: Hamilton (613), Bottas (188), Verstappen (87), Russell (59), Stroll (32), Gasly (26), Pérez (26), Sainz (5) e Albon (1)
- Entre as equipes, 7 foram ao pódio: Mercedes (25 troféus), Red Bull (13), Racing Point (4), Ferrari (3), Renault (3), McLaren (2) e AlphaTauri (1). Alfa Romeo, Haas e Williams não levaram nenhum tacinha
O NÚMERO DE ABU DHABI
Esse número, além de ser o que qualquer cidadão em pleno exercício de suas faculdades mentais deveria ter digitado em 2018 para que não vivêssemos o pesadelo que estamos vivendo, mostra como um campeonato montado às pressas pode ter resultados legais.
Não há dúvida que a inclusão de pistas novas e o formato de provas seguidas nos mesmos circuitos, levando todo mundo a um trabalho frenético para fazer tudo funcionar, sem tempo para trabalho nas fábricas, com tudo sendo resolvido nos autódromos, trouxe alguma imprevisibilidade a certas corridas.
Não à toa equipes como AlphaTauri e Racing Point conseguiram vencer corridas, algo praticamente impossível nos últimos anos. E uma, que frequentava pódios e ganhava GPs com regularidade, acabou amargando uma temporada inteira sem liderar uma volta sequer.
Oh!
Pois é. Esses dois aí da foto não só passaram o ano em branco quanto a vitórias, como conseguiram zerar nas voltas lideradas. Isso só tinha acontecido duas vezes na história da Ferrari: em 1973 e em 1992. É algo que a equipe precisa estudar direitinho.
Vettel acabou sendo o grande personagem da noite árabe, ao se despedir do time de Maranello cantando — o vídeo está no post de ontem. Mas o Mundial de 2020 teve muitos outros. E é claro que nosso cartunista oficial Marcelo Masili notou todos!
Brilhante, como sempre! Obrigado, Masili, publicamente, por mais um ano com a gente. Você é demais! E só você sabe como é duro criar tanto com prazos tão curtos, e com corrida quase todo fim de semana… Espero que continue em 2021! O povo aqui te ama!
A FRASE DE YAS MARINA
Estou fisicamente destruído. O vírus não é uma piada, a doença é muito séria. Não sei como alguns líderes mundiais ainda têm coragem de rir e fazer brincadeiras com isso.
Hamilton, embora discreto — e claramente baleado depois de uma semana de cama — deu mais um recado importante. Que seja ouvido.
Aliás, Lewis recebeu uma homenagem legal dos donos do autódromo de Silverstone, revelada no fim de semana em Abu Dhabi. A reta dos boxes será batizada como Reta Hamilton. Chique, não?
E olha, acho que deu para esse GP de Abu Dhabi. A corrida não foi grande coisa e todos concordamos. Vamos fechar então nossa temporada de “Sobre ontem…” com nosso famoso…
GOSTAMOS
…da melhor volta da prova na despedida de <<< Daniel Ricciardo (e gostamos da máscara, também). O australiano conseguiu o ponto extra na última volta da corrida, fechando com dignidade seus dois anos de Renault. “Minha última volta com esse carro foi também a melhor de um GP. Fui muito feliz aqui”, falou, emocionado.
NÃO GOSTAMOS
…de Pietro Fittipaldi >>> na corrida. Achei o brasileiro muito passivo, concentrado apenas em terminar a prova. Tem gente dizendo que a Haas o chamou para o terceiro pit stop só para não chegar na frente de Magnussen, mas a tese não faz sentido — Kevin está de saída da equipe. OK, chegou ao fim, não cometeu erros, mas não fez nada de diferente. E na F-1 precisa ser diferente.