Blog do Flavio Gomes
F-1

Ó, PÁ (2)

SÃO PAULO (quem diria…) – São três corridas e três poles diferentes neste ano: Verstappen, Hamilton e, agora, Bottas. Alguém acreditava que o finlandês ressurgiria das cinzas em Portugal? Pois ressurgiu. Valtteri fez a 17ª pole de sua carreira num dia em que o melhor tempo da classificação foi registrado no Q2, por Lewis Hamilton. […]

Bottas na pole: surpresa em Portimão

SÃO PAULO (quem diria…) – São três corridas e três poles diferentes neste ano: Verstappen, Hamilton e, agora, Bottas. Alguém acreditava que o finlandês ressurgiria das cinzas em Portugal? Pois ressurgiu. Valtteri fez a 17ª pole de sua carreira num dia em que o melhor tempo da classificação foi registrado no Q2, por Lewis Hamilton. Essa pista lusitana é tinhosa. Venta muito e é difícil repetir uma volta perfeita na mesma sessão. Foi o que aconteceu com o inglês da Mercedes. Virou 1min17s968 no Q2 e subiu para 1min18s355 no Q3. Detalhe: com pneus médios na volta mais rápida do Q2 e macios na hora em que as dez primeiras posições no grid foram definidas.

Por essas e outras que outro candidato à pole saiu do Algarve hoje com uma tromba daquele tamanho. Refiro-me a Max Verstappen, que acabou apenas em terceiro, 0s398 atrás de Bottas. Hamilton, o segundo colocado, ficou a 0s007 do parceiro. Verstappinho fez a melhor volta do Q3, 1min18s209, mas ela foi cancelada porque ele excedeu os limites da pista na curva 4. Na segunda tentativa, pegou tráfego e ao fechar a volta ficou praguejando pelo rádio.

Vettel: jejum de 15 GPs fora do Q3 terminou em Portugal

Tirando Bottas, não havia muita gente satisfeita entre os dez primeiros colocados. Quase todos tinham alguma reclamação a fazer. Ou foi o vento, ou a aderência, ou os limites da pista, ou alguém atrapalhando. Talvez apenas Sainz, quinto, e Ocon, sexto, tenham motivos para comemorar. Ambos ficaram à frente de seus companheiros de equipe. Pérez, o quarto, gostou da posição, mas não da volta. Fecharam o top-10 Norris, em sétimo, Leclerc, em oitavo, Gasly, em nono, e Vettel, em décimo.

Tião não passava para o Q3 desde o GP da Inglaterra do ano passado. Foram 15 GPs empacando no Q1 ou no Q2. Mas nem por isso ficou saltitando sorridente pelo paddock. Não curtiu muito sua volta rápida. Assim como o companheiro Stroll, que decepcionou e ficou no Q1, em 17º. Outro que frustrou todas as expectativas foi Ricciardo, da McLaren, igualmente degolado no Q1 — 16º no grid. Latifi, Schumaquinho e Mazepin ficaram com as três últimas posições.

Alonso: péssima classificação

No Q2, as duplas de Mercedes e Red Bull fizeram suas melhores voltas com pneus médios, e é com esses que vão largar. A segunda parte da classificação eliminou Russell, Giovinazzi, Alonso, Tsunoda e Raikkonen. Dessa turma, só Jorginho ficou contente. Levou a Williams ao 11º lugar, melhor posição de largada da equipe desde o GP da Itália de 2018 — quando Stroll, ainda defendendo o time, largou em décimo em Monza. Fernandinho deu vexame. Ficou 0s8 atrás de Ocon, depois de andar bem em todos os treinos livres.

Sete equipes diferentes foram ao Q3: Mercedes, Red Bull, Ferrari (essas com suas duplas completas), McLaren, Aston Martin, AlphaTauri e Alpine. Isso sugere um certo equilíbrio na corrida, especialmente na meiúca — o segundo pelotão. A tendência é ver Mercedes e Red Bull dispararem na frente. Tenho dito que Pérez e Bottas terão um papel muito importante neste campeonato na condição de escudeiros de Verstappen e Hamilton. A grande curiosidade para amanhã é ver como vão se comportar e como suas equipes vão administrar as necessidades evidentes num Mundial que será disputado ponto a ponto entre Lewis e Max.

Russell: melhor da Williams desde o GP da Itália de 2018

Em Portugal, quem aparece com mais potencial para atrapalhar é Bottas. Pérez não vai se meter a besta na terceira corrida pela nova equipe. Tudo que Hamilton não precisa neste momento é um adversário interno. Não que Valtteri seja um, a longo prazo — é claro que vai terminar o ano muito atrás do britânico. Só que ele precisa mostrar alguma coisa para garantir seu lugar na equipe por mais um tempo. Mostrar alguma coisa é, claro, ganhar um GP. Mas ganhar um GP, nessa altura, prejudica as aspirações de título do time, que obviamente aposta tudo em Lewis.

É dura, a vida de Bottas.

O grid no Algarve: sete times diferentes entre os dez primeiros