Blog do Flavio Gomes
F-1

BBS PARA TODOS

SÃO PAULO (do Santana?) – Todo mundo vai usar rodas BBS em 2022. A F-1 anunciou hoje que a marca alemã será padrão para as dez equipes na temporada, que passa a adotar rodas de 18 polegadas no lugar das simpáticas rodinhas de aro 13, como a gente diz. (Aro 13 é demais, padrão para […]

SÃO PAULO (do Santana?) – Todo mundo vai usar rodas BBS em 2022. A F-1 anunciou hoje que a marca alemã será padrão para as dez equipes na temporada, que passa a adotar rodas de 18 polegadas no lugar das simpáticas rodinhas de aro 13, como a gente diz.

(Aro 13 é demais, padrão para carrinhos de rua, meus Ladas usam aro 13, o Trabi também. No meu Passat Surf, estou usando aro 14 da Variant II, mas tenho as originais. Vou colocá-las de volta, grafite escuro. Muito bonitas, embora as rodas da Variant II sejam um clássico da indústria brasileira.)

A BBS tinha sido escolhida numa espécie de licitação em 2019 para ser usada como equipamento comum em 2021, mas como se sabe o novo regulamento foi adiado para 2022 por conta da pandemia. Pandemia que levou a BBS a um processo de recuperação judicial em 2020 até ser adquirida, neste ano, por outro grupo alemão, KW Automotive, que também faz suspensões, amortecedores, molas e mais um monte de coisa. Quase faliu, a BBS.

Todo mundo já deve ter visto uma roda como essa aí em cima em carros brasileiros. Lembram do Santana Executivo? Pois é. A F-1 vai usar as rodas que vinham no Santana Executivo. Com o mesmo DNA, pelo menos. O mesmo desenho, duvido.

Fundada em 1970, BBS é a sigla formada pelos sobrenomes de seus fundadores, Heinrich Baumgartner e Klaus Brand, mais a inicial da cidade de Schiltach, pequena aldeia de quatro mil habitantes na Floresta Negra. Os dois Bs começaram a produzir rodas de alumínio que fizeram muito sucesso e em 1972 já eram vistas nas pistas alemãs, até que em 1975 a BMW encomendou um lote para equipar seus carros na origem. Passaram, portanto, a ser rodas originais das bêmas.

A empresa cresceu, novas fábricas foram erguidas na França e em outras localidades da Alemanha, depois surgiram subsidiárias nos EUA e no Japão e todo mundo queria um joguinho de rodas BBS em seus carros nos anos 80 e 90. Fetiche mesmo.

Em 1992, a marca chegou à F-1 para calçar os carros da Ferrari. Eram rodas lindas de magnésio, 20% mais leves que as da concorrência. Em 1994, pela primeira vez alguém ganhou um título mundial com rodas BBS: Michael Schumacher, na Benetton. A empresa começou a equipar também carros na Indy e no DTM de forma dominante. Em 1998, seis equipes na F-1 ostentavam as três letrinhas nas suas rodas e assim foi pelos anos seguintes, ganhando um time como cliente aqui, perdendo outro ali. Em 2012 a divisão de motorsport da BBS se tornou independente e foi comprada por um grupo japonês.

Nessa zona de fusões, compras e vendas de empresas, e consultando o site da BBS, consegui entender que o setor esportivo pertence aos japoneses e as rodas de rua, ao grupo alemão KW. É possível que um tenha participação no outro, sei lá.

O legal é que dá pra comprar uma BBS no Rodão. Se o Rodão ainda existir, claro. Anotar na agenda: passar na Santo Amaro para ver se o Rodão ainda existe. Tomara que sim. Porque se o Rodão não existir mais, podemos encerrar o mundo.