Blog do Flavio Gomes
F-1

TO SPRINT OR NOT TO SPRINT

SÃO PAULO (eis a questão) – Gostaram das Sprints no ano passado? Pois preparem-se. Pode ser que não tenhamos nenhuma neste ano. Refrescando a memória: em Silverstone, Monza e Interlagos, em 2021, uma sessão de classificação tradicional definiu um grid na sexta para a corrida de meia hora do sábado, cujo resultado se converteu no […]

SÃO PAULO (eis a questão) – Gostaram das Sprints no ano passado? Pois preparem-se. Pode ser que não tenhamos nenhuma neste ano. Refrescando a memória: em Silverstone, Monza e Interlagos, em 2021, uma sessão de classificação tradicional definiu um grid na sexta para a corrida de meia hora do sábado, cujo resultado se converteu no grid do GP dominical. E, ainda, os três primeiros colocados fizeram pontinhos, ganharam medalhas, coroas de flores e um vale refresco + sanduíche para gastarem quando e onde quisessem.

O público aprovou — principalmente porque a Sprint do Brasil foi bem legal, graças à atuação de Hamilton — e a Liberty decidiu ampliar a brincadeira para seis etapas em 2022, a saber: Bahrein (pelo anel externo), Ímola, Canadá, Áustria, Holanda e São Paulo de novo. Só que tem equipe colocando areia na história. Aliás, equipes, no plural. Querem que a FIA amplie em US$ 5 milhões o teto orçamentário de US$ 140 milhões para fazer essas seis corridinhas. Para que a realização de seis Sprints seja incluída no regulamento na mesma temporada em que a medida será votada, oito dos dez times devem aprovar. Para a temporada seguinte, metade dos votos basta.

No ano passado, a FOM (empresa que ainda existe e pertence à Liberty, só para deixar claro) pagou US$ 100 mil para cada equipe por Sprint e ampliou o teto de gastos em US$ 450 mil para compensar os custos envolvidos na operação. E também prometeu pagar US$ 100 mil para consertar eventuais estragos em caso de acidente. Para 2022, a proposta é pagar US$ 650 mil pelas seis Sprint — mais o seguro de US$ 100 mil — e não mexer no teto de gastos.

Zak Brown, chefe da McLaren, acha que tem gente querendo dar uma pedalada para aumentar o orçamento. E que isso pode inviabilizar a realização das Sprint nesta temporada. Imagina-se que estão no grupo das três grandes, os espertalhões. São times que controlam mais de um voto nesse reduzido colégio eleitoral. Se for a Red Bull, a AlphaTauri vota igual; no caso da Ferrari, Haas e Alfa Romeo vêm junto; a Mercedes, por sua vez, determina as escolhas pelo menos de Williams e Aston Martin.

Eu curti as Sprint, sempre com a ressalva de que elas devem ser usadas com moderação. Para um calendário gigantesco de 23 etapas, seis representam 26% do total. Mais do que um quarto. Acho que está no limite. Se passar disso, começa a ficar exagerado. Mas, pelo jeito, pode ser que não tenhamos nenhuma.

Vocês são contra as Sprint, a favor ou muito pelo contrário? Votem aqui nos comentários. O voto é eletrônico. Mas os que quiserem um recibo impresso podem mandar seus e-mails que enviaremos o arquivo, em forma de piroca intumescida.