Blog do Flavio Gomes
F-1

MARRUÁ RING (1)

SÃO PAULO (não diga…) – Deu a lógica absoluta na sessão que definiu o grid para corrida Sprint da Áustria amanhã. Max Verstappen fez a pole, confirmando o favoritismo no circuito que pertence a sua equipe, a Red Bull. Foi por pouco — as diferenças para Charles Leclerc, o segundo, e Carlos Sainz, o terceiro, […]

Verstappen na pole: lógica na Áustria

SÃO PAULO (não diga…) – Deu a lógica absoluta na sessão que definiu o grid para corrida Sprint da Áustria amanhã. Max Verstappen fez a pole, confirmando o favoritismo no circuito que pertence a sua equipe, a Red Bull. Foi por pouco — as diferenças para Charles Leclerc, o segundo, e Carlos Sainz, o terceiro, ficaram na casa de parcos milésimos de segundo. Mas o suficiente.

A sexta-feira foi marcada por algo raro: dois carros da Mercedes detonados por Lewis Hamilton e George Russell, que bateram no Q3. Nada grave com os pilotos, mas muito trabalho para o setor de martelinho de ouro da equipe de hoje para amanhã.

Abaixo, o grid. Que pode mudar se o time alemão precisar trocar componentes nos carros que levem a punições, e se Sergio Pérez receber algum pênalti por ter excedido os limites de pista no Q2 — fato que a direção de prova, inexplicavelmente, deixou para investigar no início da noite austríaca.

JÁ MUDOU – Atualização para os amigos e amigas às 17h25, horário de Brasília: Pérez teve tempo do Q2 cancelado e vai largar em 13º na Sprint. Lá no fim do texto tem o grid atualizado, todo colorido. Deixei o quadro abaixo apenas para vocês conferirem os tempos.

O grid em Spielberg: pode mudar por punições

No primeiro treino livre do dia, Verstappen já tinha feito a melhor volta: 1min06s302, sem muito esforço. A sessão de classificação começou em condições climáticas semelhantes: sol, céu muito azul, temperatura na casa dos 19°C.

No Q1, Max teve sua primeira volta boa cancelada por exceder os limites da pista na curva 9 – a direção de prova prometeu rigor no fim de semana para esse tipo de ação. E Hamilton aproveitou para se estabelecer na ponta da tabela provisoriamente com 1min06s079. Durou pouco. Verstappen se aprumou e logo entrou na casa de 1min05s, sendo batido na sequência pela dupla da Ferrari: Leclerc com 1min05s419, Sainz 0s241 atrás. Max, Alonso, Hamilton e Pérez fecharam os seis primeiros.

Na turma eliminada, duas grandes decepções: Daniel Ricciardo e a Aston Martin. O australiano da McLaren, novamente, amargou o vexame de não passar ao Q2 e ficou em 16º. A equipe verde terminou em 17º com Stroll e em último com Vettel. Zhou, em 18º, e Latifi, em 19º, foram os outros degolados.

Vettel com seu “capacete-abelha”: último no grid

O Q2 teve Leclerc na frente de novo: 1min05s287, com Max a 0s087 de diferença. Hamilton, Sainz, Russell e Pérez vieram atrás deles. Gasly, Albon, Bottas, Tsunoda e Norris ficaram fora. A surpresa foi ver, de novo, a dupla da Haas passando ao Q3. Mick Schumacher e Kevin Magnussen se juntaram às duplas de Red Bull, Ferrari, Mercedes e Alpine e avançaram para a fase final da classificação.

As disputas em pistas curtas como a de Spielberg são sempre muito apertadas no cronômetro e às vezes passam uma falsa impressão de equilíbrio. Por isso, no Q3, cada detalhe seria essencial. A briga seria por milésimos de segundo mesmo – não é modo de falar.

E estava assim, pau a pau, até faltarem 5min40s para terminar a sessão, quando Hamilton bateu forte, causando uma bandeira vermelha. Verstappen tinha 1min05s092, apenas 0s091 à frente de Charlinho. Sainz aparecia em terceiro, 0s208 atrás.

Hamilton na barreira de pneus: raro acidente do inglês

O acidente de Lewis aconteceu na curva 7. Imediatamente, pelo rádio, ele pediu desculpas à equipe por “estragar o carro”. O impacto foi lateral numa barreira de pneus. E estragou mesmo todo o lado direito de seu Mercedão. Naquela altura, Hamilton tinha o oitavo melhor tempo do Q3.

A sessão foi retomada menos de 15 minutos depois. Mas não deu tempo de ninguém fechar volta. Russell bateu o outro carro da Mercedes, parando o cronômetro com pouco mais de 2min para terminar a sessão. Foi na curva 10, enchendo de traseira outra barreira de pneus. Nos boxes da Mercedes, uma plaquinha foi colocada na porta: “Precisam-se mecânicos para serviço temporário”. A turma precisaria de reforço para refazer dois carros para o sábado.

Batida de Russell: outro Mercedes no martelinho de ouro

Quando a pista foi reaberta, Leclerc e Sainz fizeram bons tempos e superaram o holandês, mas nem deu tempo de saborear. Verstappen acelerou o necessário e, com 1min04s984, cravou a pole-position para a Sprint de amanhã. Ficou apenas 0s029 à frente do monegasco e 0s082 do espanhol. O bastante. Foi sua terceira pole no ano, 16ª na carreira.

É bom lembrar que o resultado lhe dá a primeira posição no grid da minicorrida de 24 voltas que começa amanhã às 11h30, mas não necessariamente para o domingo – cujo grid será definido pelo resultado da Sprint. Para efeitos estatísticos, porém, mesmo se não ganhar a Sprint, a pole do GP da Áustria de 2022 será creditada a ele para toda a eternidade. No ano passado não foi desse jeito. O “pole estatístico”, por assim dizer, era o vencedor da Sprint, batizada de “Sprint Qualifying”.

Ao final do picotado Q3, os dez primeiros no cronômetro ficaram assim: Verstappen, Leclerc, Sainz, Pérez, Russell, Ocon, Magnussen, Schumacher, Alonso e Hamilton.

Grid atualizado com punição a Pérez

REFORÇANDO – Pérez foi punido, Pérez foi punido, Pérez foi punido… Esse grid coloridão aí em cima é o atualizado. Aproveito para, com algum atraso, aplaudir efusivamente Alexander Albon, que ficou em 12º na classificação e larga em 11º. Bom demais para quem anda de Williams.

A enorme torcida holandesa presente no Red Bull Ring festejou bastante, tingindo arquibancada e céu de laranja com suas camisetas e sinalizadores.

Torcida de Verstappen: tudo laranja

A intenção da equipe energética no fim de semana é clara: fazer valer a superioridade de seu conjunto automóvel-motorista para marcar todos os pontos disponíveis — 8 da vitória amanhã, mais 25 do domingo e, se der, o pontinho extra da melhor volta. Tudo para compensar o mau resultado de domingo passado em Silverstone, corrida que Max tinha tudo para vencer, mas acabou em sétimo porque no começo da prova passou por um pedaço de carro da AlphaTauri e perdeu 20% da eficiência aerodinâmica, tendo de lutar bravamente para salvar uns pontinhos.

Se as coisas correrem dentro de alguma normalidade, vai conseguir.