Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM À TARDE

A IMAGEM DA CORRIDA SÃO PAULO (mas eu gostei, pronto) – George Russell é um homem bonito de olhar expressivo e seguro, sorriso luminoso e jovial, e achei bonita a foto dele de guarda-chuva. Se tivesse uma boa imagem do Leclerc tomando uma volta, também serviria. Ou de Norris passando direto pela entrada dos boxes […]

A IMAGEM DA CORRIDA

Russell de guarda-chuva: péssima escolha do blogueiro

SÃO PAULO (mas eu gostei, pronto) – George Russell é um homem bonito de olhar expressivo e seguro, sorriso luminoso e jovial, e achei bonita a foto dele de guarda-chuva. Se tivesse uma boa imagem do Leclerc tomando uma volta, também serviria. Ou de Norris passando direto pela entrada dos boxes na hora do safety-car, melhor ainda. Mas não apareceu nenhuma. Verstappen imitando o Gabigol? Já virou carne de vaca. O pódio no Canadá também não costuma dar fotos muito boas, por causa da luz do meio para o fim de tarde que deixa as imagens meio lavadas. Pior ainda com aquele parapeito de vidro à frente do pilotos.

Russell foi um dos personagens do fim de semana em Montreal. Fez a pole. Podia ganhar. Não ganhou por causa da chuva, outra personagem. Sendo assim, a imagem da corrida é Russell de guarda-chuva. E se não gostaram telefonem para o Procon. Amanhã a partir das 9 da manhã.

Outro que poderia vencer: Lando Norris. Mas não ganhou. O inglês subiu ao pódio pela quinta vez no ano e 18ª na carreira. Foram dez vezes em segundo, como ontem no Canadá. A conta a partir daí é fácil: uma vitória e sete troféus de terceiro lugar. Reforçando o já dito ontem e, pelo que depreendo, não dito na TV: Norris não parou imediatamente no safety-car causado por Sargeant porque já tinha passado da entrada dos boxes. Daí ter feito o pit stop na volta seguinte, caindo de primeiro para terceiro.

Isso provavelmente lhe tirou a vitória.

Aí em cima os já tradicionais quadrinhos de classificação dos dois Mundiais. Verstappen abriu 56 pontos sobre Charlinho, que agora já vê Lando no retrovisor. No ano passado, depois de nove corridas, Max tinha 229 pontos e sete vitórias. Agora são 194 e seis triunfos. Tanto em 2023 quanto neste ano, já com duas Sprints na conta. A diferença está no abandono de Melbourne. O domínio não é tão acachapante quando na última temporada. Mas segue sendo um domínio.

O que destoa um pouco é a performance de Pérez. Em nove etapas em 2023, foram 148 pontos. Agora, 107. Um pouco, sim. Nada de muito excepcional. Se é verdade que neste ano ele fez 41 pontos menos que em 2023 com o mesmo número de corridas, Verstappen não está muito longe: 35 a menos. Então, não vamos crucificar o mexicano ainda.

Mas que dá vontade, dá.

Pérez com a asa quebrada: batida, multa e punição

E os comissários não passaram vontade. Multaram Checo em 25 mil euros e lhe aplicaram uma punição de perda de três posições no grid em Barcelona por ter dado uma volta inteira com a asa arrebentada para voltar aos boxes, espalhando pedaços de carro pela pista.

A FRASE DE MONTREAL

“Foi uma de minhas piores corridas.”

Lewis Hamilton, quarto colocado
Hamilton: autocomiseração

Lewis desceu a lenha nele mesmo porque cometeu “muitos erros”, em suas próprias palavras. Será? OK, talvez tenha ficado muito tempo atrás de Alonso. Mas quem não ficaria? Passou nos boxes. Depois passou Russell, que se esfregou com Piastri. Na sequência, deixou o australiano para trás e flertou com um pódio. Acabou perdendo o terceiro lugar para os pneus mais macios de seu companheiro. E por que estava de duros? Já expliquei ontem, mas pelo jeito — de novo — a TV, não: ele não tinha mais médios, muito menos macios novos para usar.

(Citei a TV duas vezes porque leitores e seguidores do canalzinho iutúbico citaram os comentários televisivos quando perguntaram por que Hamilton não colocou pneus macios e, antes, por que Norris não foi chamado para o pit stop no primeiro safety-car. Já respondi as duas questões. Aliás, tinha respondido ontem aqui no blog, era só ler. Preguiçosos.)

Enfim, não achei que fez uma corrida tão ruim assim. Ainda marcou o ponto extra da melhor volta na última, com pneus duros! Oxe.

Mas se ele disse, quem sou eu para desdizer?

O NÚMERO DO CANADÁ

13

…anos consecutivos em que a Mercedes faz pelo menos uma pole-position por temporada. Cortesia de Geroge Russell. A série começou em 2012 com uma única posição de honra no grid — de Nico Rosberg, na China. Depois disso foram nove anos seguidos empilhando poles, o melhor deles em 2016: nada menos do que 20. Mas, depois de 2021, a Mercedes minguou: uma pole em 2022, outra solitária em 2023 e agora essa de Montreal.

E não vamos falar mais nada de Verstappen, esse monstrinho capaz de chegar a 60 vitórias aos 26 anos de idade? Vamos, sim.

Max é um piloto muito paciente. Foi assim ontem, até assumir a liderança no momento em que Norris não parou — e embora ele tivesse passado da entrada dos boxes quando o safety-car foi acionado, acho que a McLaren bobeou; estava na cara que iam neutralizar a prova e o time poderia tê-lo chamado antes da sinalização, já que tinha 8s de vantagem para o holandês.

Com ritmos parecidos de McLaren e Red Bull, venceria quem estivesse em primeiro na hora certa. E ele soube esperar o momento. O safety-car, desta vez, sorriu para ele. Em Miami, ajudou Norris. Assim são as corridas. Escrevi ontem: Max fechou essa fase de quatro provas não muito favoráveis à Red Bull (Miami, Ímola, Mônaco e Montreal) com duas vitórias.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS de ver a Alpine com seus dois carros nos pontos pela primeira vez no ano, em que pese a patuscada de ordenar a troca de posições entre Ocon e Gasly no final da corrida. O primeiro, claro, não gostou nem um pouco. Mas terá de engolir vários sapos até o fim do ano, uma vez que já avisou que não fica em 2025.

NÃO GOSTAMOS da Ferrari, claro, que depois de um pódio duplo em Mônaco ficou no zero com Leclerc e Sainz em Montreal. O monegasco teve problemas no motor e o espanhol rodou e bateu. Ambos já tinham ido mal na classificação, empacando no Q2. Com isso, nas últimas três provas, a McLaren se aproximou na classificação: fez 88 pontos, contra 65 dos italianos. A briga pelo vice será intensa.