SÃO PAULO (isso, canalha, apela!) – Pois é, eu até que tento levar a sério, mas é difícil. No intervalo entre um Q e outro, na F-1, a emissora oficial chama direto de Interlagos. Aí o repórter mostra os três primeiros no grid, com seus sorrisos colgate, que devem ter ficado ali plantados um bom tempo para garantir preciosíssimos segundos na telinha (segunda-feira, os picaretas publicitários vão clipar a imagem, calcular quanto valeram aqueles segundos e apresentar a fatura aos patrocinadores otários, que vão fingir que acreditam que o investimento vale muito a pena, claro, senão perdem o emprego).
E então a câmera vai correndo para a direita, a gente fica esperando alguma declaração dos pilotos, embora nenhuma seja muito relevante, e aparece uma moça. Bonita, de lábios carnudos, que vem a ser Jacqueline do Big Brother 8. Na hora não identifiquei, mas felizmente o repórter fez a apresentação. E a clássica pergunta, gosta de automobilismo?, vem sempre aqui?, e Jacqueline do Big Brother 8 respondeu que sim, vai sempre ali, sempre que dá ela vai, hoje deu, portanto ela foi, e é uma pena que não vá mais vezes, nunca vi a moça nas minhas corridas, realmente uma pena. Aí o repórter pergunta para quem ela vai torcer, ora, ora, achei que entraria numa saia-justa, eu duvido que a Jacqueline do Big Brother 8 saiba quem corre na Estoque, mas ela cravou Tarso Marques, porque foi com ele que ela foi a Interlagos.
E a entrevista acabou, ufa, e os três primeiros no grid não disseram uma palavra sequer, claro. Eu ia falar também sobre a ginástica dos câmeras para não mostrarem as arquibancadas vazias no setor A, mas acho que isso acaba sendo irrelevante, afinal tinha bastante gente nos outros setores e em cima dos boxes, como sempre. Mas se a organização disser que havia 50 mil pessoas em Interlagos, aí serei obrigado a chamar todo mundo de mentiroso.
A corrida? Está rolando, ainda.