SÃO PAULO (ah, esse Murphy…) – Bom dia, macacada. Estamos com alguns probleminhas de atualização de notícias no Grande Prêmio, mas em breve tudo ficará bem. Se não ficar, tem essa ponte nova em cima do rio Pinheiros que é ótima para suicídios coletivos.
Estive pela manhã na coletiva de Raikkonen e Massa promovida pela Shell e pela Ferrari. É evento tradicional e já faz uns três ou quatro anos, não lembro direito, que eles cometem a insanidade de me chamar para comandar a tal da entrevista.
Engraçado que no primeiro ano a gente fez umas 15 reuniões com a Shell, a agência, a Ferrari, o papa e os bispos-auxiliares. Os assessores de imprensa me fizeram milhões de recomendações. Queriam até ensaiar passo a passo, frase por frase, caretas e sorrisos. Tudo era cronometrado, as palavras eram escolhidas a dedo, nada podia dar errado.
Senti falta do almoço.
Felipe atrasou um pouco porque esqueceu o boné em casa. Bella roba. Mandaram buscar o boné, e tudo bem. Que diferença faz começar uma entrevista 10 ou 15 minutos depois? O engraçado é que agora há pouco aqui no autódromo uma jornalista veio me perguntar, muito séria, por que ele tinha atrasado. Expliquei que estava faltando o boné. Ela ficou sinceramente chocada: “Como a Ferrari não tinha um ‘back up’ do boné?”, me perguntou. Quase mandei-a à merda, back up de boné é foda. Diplomático, disse a ela em bom inglês que foda-se o boné, qual o problema de a Ferrari não ter um back up do boné?
Ela insistiu e disse que nos tempos de não sei quem da Marlboro e da Philip Morris sempre havia um back up do boné. Puta que o pariu.
No ano que vem, se me chamarem de novo para comandar a coletiva, pedirei uma reunião (ou um almoço, acho que almoço é melhor, é sempre em restaurante bom e eles pagam a conta) para tratar do back up do boné.