Blog do Flavio Gomes
Fusca & cia.

BOMBRIL

NATAL (acabando…) – Quinta-feira, a convite do Marcos Melo, blogueiro do pedaço, devo visitar a fábrica de buggys Selvagem, que domina o mercado no Rio Grande do Norte. Depois falo deles. Antes, algo que me deixou encantado em Natal. Como se sabe, a VW descontinuou a produção de seus motores boxer a ar. Os últimos […]

NATAL (acabando…) – Quinta-feira, a convite do Marcos Melo, blogueiro do pedaço, devo visitar a fábrica de buggys Selvagem, que domina o mercado no Rio Grande do Norte. Depois falo deles. Antes, algo que me deixou encantado em Natal. Como se sabe, a VW descontinuou a produção de seus motores boxer a ar. Os últimos feitos no Brasil equiparam a Kombi até o fim de 2005. Depois disso, passaram a usar na Velha Senhora o 1.4 do Fox, ou algo do tipo. Refrigerado a água — crime exaustivamente denunciado aqui à época.

Buggys, no Brasil, pelo menos, sempre usaram motores de Fusca. O fim deles, claro, trouxe problemas aos seus fabricantes, que um belo dia foram avisados pela VW, que lhes vendia conjuntos mecânicos completos, de que a fonte secara. A Selvagem está estudando alternativas. Acredito que as outras fábricas também. Motores AP entre elas. O conjunto atual da Kombi é outra. No fim, tudo dá certo. O buggy que nos levou para passear terça-feira, do Juízo, tinha motor AP 2.0. Andava muito bem. O jeito que esses buggys enfrentam a areia fofa, apenas com tração traseira, é de deixar com inveja todos que estão no Dacar.

(Falando nisso, vocês estão acompanhando? Vi que tem gente se arrebentando de montão. Mas as paisagens são belas. Acho que o Dacar do Cone Sul vai pegar. Tomara.)

Mas o legal mesmo é saber que Fusca não acaba nunca, seus motores servem para tudo, são que nem bombril. Quem já veio a Natal e escorregou nas dunas para cair na água, ou desceu de cordinha para despencar numa lagoa, deve ter notado que para subir de volta os caras usam… Fuscas! Sem pneus ou carroceria, mas Fuscas. Vejam na foto. O cabra da peste tem pedal de embreagem, freio e acelerador à disposição. O motor é traseiro. Têm câmbio. Para quê? Trazer os turistas num carrinho sobre trilhos até o alto da duna, de onde eles despencam na água numa prancha de fibra de vidro, o esquibunda. Melhor do que qualquer motor elétrico, ou estacionário, ou qualquer coisa moderna. Fusca, mesmo.

Me explicou o cabra que o carrinho sobe em segunda. O que um dia foi uma roda, a esquerda traseira, puxa um cabo de aço. O freio é só atrás… A tambor, claro.

E assim os motores que mais sucesso fizeram na história continuam por aí, subindo e descendo gente. Uma história interminável.