Blog do Flavio Gomes
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CADÊ O MEU?

SÃO PAULO (sabotaram) – Revirando velhos papéis, nosso colega de Superclassic Evaldo Luque descobriu que seu pai foi um dos investidores da Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, que na década de 60 fabricou algumas poucas unidades do Democrata, carro cuja história está contada em livro do jornalista Roberto Nasser. Sabe-se da existência de dois restaurados, […]

SÃO PAULO (sabotaram) – Revirando velhos papéis, nosso colega de Superclassic Evaldo Luque descobriu que seu pai foi um dos investidores da Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, que na década de 60 fabricou algumas poucas unidades do Democrata, carro cuja história está contada em livro do jornalista Roberto Nasser. Sabe-se da existência de dois restaurados, um do próprio Nasser e outro em poder da família Azambuja, em Passo Fundo (RS).

A história do Democrata é razoavelmente conhecida dos amantes de clássicos brasileiros, mas eu nunca tinha visto esse papel original, a “cédula votante provisória”, forma que o empresário Nelson Fernandes idealizou para se capitalizar e iniciar a produção dos carros numa fábrica no Riacho Grande, no ABC paulista. Basicamente, os investidores teriam prioridade na compra dos primeiros exemplares e seriam sócios da empresa. Algumas paredes da fábrica e os trilhos da linha de montagem ainda estão lá, onde estive com o Nasser alguns anos atrás numa curiosa aventura de arqueologia automotiva.

Na época, o projeto foi duramente atacado pela revista “Quatro Rodas”, e consta que um forte lobby das montadoras instaladas no país junto ao governo militar acabou sepultando a IBAP e o sonho de Fernandes — que, até onde eu sei, vive hoje em Curitiba.

Pegar um papel desses, de agosto de 1964, nas mãos é como resvalar na história e sentir seu cheiro. Uma sensação interessante. Assim como interessante é o folheto que mostrava um dos estudos de design para o futuro Democrata — que no fim das contas ficou bem diferente desse desenho.