Blog do Flavio Gomes
Indústria automobilística

SELVAGENS

NATAL (e vamos para o ar) – Infelizmente, não visitei a fábrica dos buggys Selvagem hoje. Felizmente, fez um sol danado e aproveitei muito bem o último dia por estas bandas. Motivo nobre para o cano, pois: as praias do Rio Grande do Norte. Mas quero deixar de público aqui o agradecimento pelo convite feito […]

NATAL (e vamos para o ar) – Infelizmente, não visitei a fábrica dos buggys Selvagem hoje. Felizmente, fez um sol danado e aproveitei muito bem o último dia por estas bandas. Motivo nobre para o cano, pois: as praias do Rio Grande do Norte.

Mas quero deixar de público aqui o agradecimento pelo convite feito pelo Marquinhos Melo, RP da Selvagem, prometendo que na próxima (e haverá muitas próximas, Natal é linda demais) vou à fábrica sem falta.

Aliás, a gente deveria falar mais de buggys aqui. Sei que não é um veículo inventado no Brasil, mas é óbvio que foi aqui que ele se “naturalizou”. Fortaleza e Natal, salvo engano, são as capitais mundiais dos buggys, e sobre eles tive uma verdadeira aula com o Péricles, nosso bugueiro, conhecido por aqui como Juízo — é que quando ele era mais jovem, tomou um tombo de moto e os amigos dizem que precisaram abrir a cabeça dele; quando fecharam, colocaram dentro um juízo de cobra…

Juízo é um grande contador de casos, e o primeiro que contou foi sobre Ayrton Senna. Diz que depois de conquistar o título de 1988, Senna veio passar uns dias em Natal e foi passear de buggy, claro. No meio de uma duna qualquer, pediu ao bugueiro para dar umas aceleradas. O que você faria se fosse o bugueiro? Bom, o cara é o Senna… Vai lá, “açuléra”! Ayrton andou cinco metros e atolou na areia. Deu risada, passou o volante de volta ao bugueiro e disse: “Cada macaco no seu galho!”. Anos depois, diz o Juízo, Senna apareceu na TV dirigindo um buggy numa de suas fazendas, ou na casa de Angra. Gostou do negócio.

Os buggys, falei isso em post sobre os Fuscas estacionários, sempre usaram mecânica VW a ar. Atualmente, essa realidade está mudando por conta do fim dos motores e das peças que ele precisa. Por isso, a nova geração deverá ter motores AP ou o motor do Fox, cujo nome não sei.

Eu não conhecia a Selvagem, e duvido que muita gente que não tenha vindo a Natal ou que não seja do Nordeste tenha ouvido falar da marca. Simplesmente porque seu mercado é Natal e ponto final. O que é ótimo: saber que estas cidades, tão distantes (e mais belas) que as do nosso Sul Maravilha, têm sua vida própria, seu mercado, suas particularidades. O Selvagem é apenas uma dessas.

Bem, preciso ir embora. O avião vai sair daqui a pouco. Amanhão, de volta à vaca fria.