AMOR DE CARRO

SÃO PAULO (alguém apostaria nisso?) – “Estou amando este carro”, disse Barrichello hoje em Barcelona, no encerramento dos testes mais surpreendentes dos últimos tempos. O brasileiro fechou o dia em primeiro, único a andar abaixo de 1min19s durante a semana. A Brawn GP sai dos treinos muito diferente de quando entrou. Na segunda-feira, era apenas uma curiosidade olhada com certa simpatia pelo resto do grid. Afinal, foram meses de incertezas e indefinições, e quando tudo finalmente ficou claro, o time continuaria, agora sob a batuta de Ross Brawn, o que se tinha ali era um exército de Brancaleone disposto a enfrentar o mundo com um estilingue.

Quatro dias de testes depois, a Brawn é candidata a vitórias, quem sabe ao título, um bicho-papão inesperado que desperta temor e respeito. Vejam os tempos de hoje, aí do lado. Não são um espanto? Realmente, o mundo dá voltas. Motivado, Barrichello parece estar guiando como nunca na vida. É ele mesmo quem diz. Button vai na balada. Mecânicos, técnicos, engenheiros, estão todos (desculpem o vocabulário chulo) de pau duro, loucos para começar o Mundial.

É evidente que resultados de pré-temporada nem sempre indicam com 100% de precisão aquilo que vai acontecer ao longo de 17 corridas em pistas muito diferentes entre si. Mas dão sinais. A Brawn é a surpresa do ano antes mesmo de o “ano letivo” começar. Podemos estar testemunhando um capítulo muito interessante da F-1. É uma grande notícia, nestes dias em que apenas más notícias são notícia.