Blog do Flavio Gomes
Carros

BLACK IS NOT BEAUTIFUL

SÃO PAULO (comece a pensar nisso) – O Beto Trabalglio foi quem mandou a notícia. Diz que uns cabras lá na Amérika chegaram à conclusão de que carros pretos absorvem mais calor e, por isso, fazem as pessoas usarem mais ar-condicionado e, por isso, gasta-se mais combustível e energia e, por isso, emitem mais dióxido […]

SÃO PAULO (comece a pensar nisso) – O Beto Trabalglio foi quem mandou a notícia. Diz que uns cabras lá na Amérika chegaram à conclusão de que carros pretos absorvem mais calor e, por isso, fazem as pessoas usarem mais ar-condicionado e, por isso, gasta-se mais combustível e energia e, por isso, emitem mais dióxido de carbono e, por isso, os carros pretos estão condenados à fogueira do inferno para todo o sempre.

Eu só tive um carro preto na vida, um Uno SX 1985. Era bonitão, tinha teto solar e frente com quatro faróis, uma customização de uma revenda qualquer que não me lembro qual era — comprei usado. Depois, nunca mais. Mas não por alguma razão particular, acho até que alguns carros pretos são bonitos.

O problema é que a cor banalizou-se. Antigamente, carro preto tinha algo de especial. A Vemag, por exemplo, fazia apenas um modelo, o Belcar preto com capota branca e interior vermelho. Em pequena escala. Havia um modelo raríssimo, o Luxo, que vinha em preto. A Simca, posso até estar enganado, só fazia o Presidence em preto. A Volkswagen tinha pouca coisa de linha em preto no Brasil (nunca vi Variant, Brasília, TL, Karmann-Ghia ou Kombi pretos).

Os carros tinham cores. De uns anos para cá, a paleta reduziu-se ao prata e preto, e os tons de cinza entre eles. Preto deixou de ser sinônimo de carro luxuoso, requintado, solene. Já falei sobre isso: dá uma espiada na rua e veja se encontra carros verdes, amarelos, azuis, vermelhos. São raros, incomuns.

Bem, eu precisava de uma foto para ilustrar esta nota, escolhi do carro mais requintado que encontrei. Mais detalhes, aqui.