Sexta de manhã, enquanto assistia ao “Globo Rural” para saber do preço da arroba do boi e das cigarrinhas que infestam as plantações de soja (é meu programa obrigatório na pequena TV da cozinha enquanto o mais velho toma seu café, agora que estuda de manhã, cedo pacas), apareceu outra chamada, na mesma voz do cara que faz todas as locuções (e que não morre nunca): “Vem aí o Mundial de F-1! Vamos torcer por Felipe Massa, Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet! Dia tal, tal hora, aqui na Globo” etc de novo. Como se vê, acrescentaram Barrichello e Piquet-pimpolho às nossas opções de torcida.
E eu me pergunto: será que eu posso torcer para outro? Sei lá, para o Vettel, ou para o Nakajima? Tem de ser para o Massa, o Barrichello e o Piquet? Os três juntos? Se eu não torcer para nenhum dos três, posso assistir à corrida pela TV? Ou só estão autorizados a acompanhá-las aqueles que torcerem para o Massa, para o Barrichello e para o Piquet? Será que é a isso que se resume um Mundial de F-1? A torcer para o Massa, o Barrichello e o Piquet? Não tem mais nada legal nas corridas? Carros novos, pistas bacanas, surpresas vindouras (adoro “vindouras”), disputas emocionantes?
Por que a Globo, apesar de tão competente em tanta coisa, é tão babaca em outras?