Blog do Flavio Gomes
F-1

UFA!

SÃO PAULO (até que enfim) – Como prometido, para pegar as bolsas asiáticas abrindo (para quê?), Ross Brawn acaba de anunciar na Inglaterra que assumiu o controle da Honda na modalidade de “management buyout”, o que, suponho, seja algo como “eu vou tocando essa merda aqui do jeito que der, mas se não aparecer ninguém […]

SÃO PAULO (até que enfim) – Como prometido, para pegar as bolsas asiáticas abrindo (para quê?), Ross Brawn acaba de anunciar na Inglaterra que assumiu o controle da Honda na modalidade de “management buyout”, o que, suponho, seja algo como “eu vou tocando essa merda aqui do jeito que der, mas se não aparecer ninguém para comprar, me mando”.

Os pilotos serão mesmo Jenson Button e Rubens Barrichello. Agora é oficial. Serão dez as equipes no Mundial, e Button deverá fazer o shakedown do carro amanhã em Silverstone, para que ele possa ser usado nos testes de Barcelona na semana que vem.

Fique ligado no Grande Prêmio, que daqui a pouco começam a pingar os detalhes e as primeiras declarações.

Atualizando, pouco depois…

O site da Brawn GP Formula One Team entrou no ar. O logotipo preto e amarelo desperta suspeitas. O “BR” de pé e o resto em itálico poderiam indicar que a Petrobras estaria na parada. “Zero”, me garantiu uma fonte petrobrástica. Não tenho por que duvidar. Segundo essa fonte, em dezembro Ross Brawn comunicou à Petrobras que a Mercedes não aceitaria o uso de outros combustíveis e lubrificantes que não os da Mobil.

Alguns detalhes do release oficial: serão dois testes, e não apenas um, até a estreia no Mundial: de 9 a 12 em Barcelona e de 15 a 17 em Jerez. Boa notícia para o time.

O texto oficial diz que Ross Brawn passa a ser o dono da equipe, e que foi fechado um acordo com a Mercedes-Benz High Performance Engines para fornecimento de motor e câmbio. Os pilotos são descritos como “dois dos mais experientes” da categoria, e o comunicado chama a atenção para o fato de que, juntos, eles têm 423 GPs nas costas. É a dupla mais rodada do grid.

Brawn agradece à Honda e diz que é “uma pena” que não possa continuar trabalhando com os japoneses. Elogia o pessoal da fábrica em Brackley, “que nunca perdeu a motivação”, e celebra a manutenção da dupla BB, “capaz de encontrar a velocidade necessária [nos carros] no menor tempo possível”.

Hiroshi Oshima, picão da Honda, fala claramente que o time foi vendido a Ross Brawn. O que invalida a primeira frase deste post, sobre “management buyout” — que só vou deixar porque achei legal. Não sei com que dinheiro Brawn comprou a equipe, nem mesmo se teve de gastar alguma coisa. Talvez a Honda apenas tenha repassado o time ao seu controle, para não ter de gastar mais nada com a F-1. É o mais provável, uma doação para se livrar do problema.

E é isso. Acaba assim a longa novela da ex-Honda, iniciada em 5 de dezembro do ano passado, cuja única vítima acabou sendo Bruno Senna, que contava com a vaga. Mas ele não deve se lamentar. Vai amarrar seu burro na Mercedes, que tem motores em seis carros na categoria. Um deles deve sobrar para o primeiro-sobrinho no ano que vem.