Blog do Flavio Gomes
F-1

SEPANGADAS (8)

SÃO PAULO (antas) – Fui à Malásia umas oito ou nove vezes, sei lá. Todos os dias, por volta das 18h, chove. Chove forte, é uma região equatorial. Como Manaus, Belém. Talvez Bernie Ecclestone nunca tenha visto essa chuva. Porque nunca ficou num autódromo até tarde. Jornalistas ficam. Engenheiros e pilotos, também. Bernie poderia ter […]

SÃO PAULO (antas) – Fui à Malásia umas oito ou nove vezes, sei lá. Todos os dias, por volta das 18h, chove. Chove forte, é uma região equatorial. Como Manaus, Belém. Talvez Bernie Ecclestone nunca tenha visto essa chuva. Porque nunca ficou num autódromo até tarde. Jornalistas ficam. Engenheiros e pilotos, também. Bernie poderia ter consultado alguém antes de marcar uma corrida em Sepang para as 5 da tarde. Todo mundo lhe diria que nessa hora chove muito.

Neste momento, cai o mundo sobre o autódromo. A corrida foi paralisada e está escurecendo. Estava na cara que isso ia acontecer.

Enquanto houve corrida, estava legal. Button soberano na ponta apesar da má lagada, Glock espertíssimo na escolha dos pneus para chuva e intermediários na hora certa, a Ferrari apostando na chuva três voltas antes de ela chegar, o que estragou a prova de Raikkonen (como erra, a Ferrari), Barrichello bem, dentro das circunstâncias, assim como Hamilton, Webber e Trulli — todos lidando com as incertezas sobre a quantidade de água que viria, porque que ela viria, isso era uma certeza. Heidfeld, dos que estão na pista, é o único que parou só uma vez. Quase um mágico.

O horário escolhido para essa prova foi uma irresponsabilidade absurda. Mas os pilotos e as equipes têm sua parcela de responsabilidade. Engolem tudo que Ecclestone impõe.

Vamos ver se a bagaça recomeça.