Bem, no Q1 o que importa é o drama de quem fica. Sutil e Fisichella nas duas últimas posições, por exemplo. Indicativo de que a Caminho das Índias, com motor Mercedes e tudo, está mesmo condenada a ser a Minardi da vez. Bourdais, para alegria de Raikkonen, ficou em 17º. Kovalainen, dos pilotos mais apagados dos últimos tempos, empacou em 18º. E Kimi, em 16º, também ficou. Aparentemente, a Ferrari esqueceu de mandá-lo à pista, mas daqui a pouco Gola telefona e saberemos exatamente o que aconteceu.
No Q2, o melhor tempo do fim de semana registrado por Rubens “Deixa Minha Estrela em Paz” Barrichello, único a baixar de 1min20s: 1min19s954, belíssimo tempo. O locutor oficial insistia: ele me disse (a ele, não a mim) que quer a pole! Espantoso, pensei. Como é que alguém pode querer a pole?
Estabeleceu-se imediatamente, assim, o valor nominal de “um pentelho de nada”, que a partir desta data, por deliberação expressa e irrevogável de todos os órgãos mundiais que normatizam medidas de comprimento, tempo, peso, massa e volume, passa a valer 95 milésimos de segundo — o que faltou a Nelsinho para levar seu carro à parte final da classificação. O locutor oficial não gostou da expressão “pentelho de nada”, talvez preferisse “delgado e esguio pelo do saco” e prometeu “conversar” com o piloto depois do treino. Fosse eu o piloto e viesse o locutor oficial me dizer o que eu posso falar, mandá-lo-ia dar o rabo. Mas isso fica a critério de cada um. Sempre é bom pensar antes de mandar alguém dar o rabo, nem que se pense apenas por um pentelho de nada (vamos nos acostumando; quando alguém disser “pentelho de nada”, tenha sempre em mente que são 95 milésimos de segundo, “pentelho de nada” é uma medida de tempo), para não ser mal-interpretado.
Ops, telefone. Já volto.