SÃO PAULO (tem até gancho) – Como a Chrysler abriu o bico, pediu concordata e ninguém sabe o que será dela (o que a Fiat quer com a Chrysler?), minha materinha para o “Limite” da semana que vem, gravada hoje, foi feita com o primeiro carro que a montadora americana batizou no Brasil, o Esplanada. Que era um Ford.
Explica-se. O Esplanada nada mais era que um Simca Chambord com a frente e a traseira remodeladas, carro que veio da França para o Brasil em 1959. Chambord que, por sua vez, nada mais era que um Ford Vedette, cujo projeto foi vendido para a Simca francesa no início dos anos 50. Aí, quando a Chrysler comprou a Simca brasileira, em 1966, levou o primeiro Esplanada para Detroit (o carro foi lançado naquele mesmo ano), fez testes rigorosíssimos, mudou 53 itens no bichinho e meteu nele uma plaquinha “fabricado pela Chrysler” a partir de 1967.
A Chrysler ficou no Brasil só até 1979 e foi derrubada pela crise do petróleo. Lançou o Dodginho para tentar se safar, mas o carro foi para o mercado precocemente, sem ser devidamente testado, e queimou o filme do modelo.
O Esplanada era legal. Tinha um painel lindo e acendedor de cigarros para os passageiros do banco de trás. A fábrica, em frente à Volkswagen, deu lugar, hoje, a um depósito das Casas Bahia, acho.