Blog do Flavio Gomes
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UMA TARDE NO MUSEU

SÃO PAULO (semana que vem no ar) – Fui fazer materinha para o “Limite” hoje no Museu do Automóvel de São Paulo, que pertence à família Siciliano, de Romeu Siciliano, o maior comerciante de carros antigos do Brasil, que morreu no ano passado. O acervo da família é enorme e não dá nem para calcular […]

SÃO PAULO (semana que vem no ar) – Fui fazer materinha para o “Limite” hoje no Museu do Automóvel de São Paulo, que pertence à família Siciliano, de Romeu Siciliano, o maior comerciante de carros antigos do Brasil, que morreu no ano passado. O acervo da família é enorme e não dá nem para calcular quanto vale. Esse museu, menina dos olhos do Romeu, ficava num galpão no Ipiranga que era alugado e foi pedido de volta pelos proprietários. Pena, porque o espaço atual é menor. Mas ainda assim merece uma visita. Até porque é privado, não recebe auxílio de ninguém e tem coisas preciosas.

São as filhas Sandra, Mônica e Emília que tocam o pequeno museu e cuidam dos negócios do pai. O outro filho, João, abriu uma loja própria de antigos na Mooca. Concentrei a matéria em dois carros do acervo, esses das fotos. O amarelo é um raríssimo Le Zebre francês fabricado em 1909. Veio para o Brasil comprado pela família de Santos Dumont. Depois passou para as mãos da família que era dona da Cerâmica Sacomã, que deu origem ao bairro do mesmo nome na zona central de Sâo Paulo. Foi encontrado num porão do palacete da família na Via Anchieta, muitos anos atrás, restaurado e preservado. Tem motorzinho de um cilindro, mas o velocímetro marca 130 km/h! Sensacional.

O outro, bem maior, é um Benz 1911 que foi trazido ao Brasil para servir ao cardeal Arcoverde (1850-1930), primeiro clérigo latino-americano a ocupar tal posto na hierarquia da Igreja Católica. Foi o carro que levou o presidente Washington Luís ao exílio depois do golpe de 1930 que deu início à ditadura de Getúlio Vargas. Praticamente uma carruagem com motor. Luxuosíssimo, enorme, cheio de detalhes, motor de quatro cilindros com bomba de gasolina e o escambau.

São peças que não têm valor. Fica feita a sugestão para quem quiser visitar o museu. O ingresso é quase simbólico, 5 reais, e vale a pena.