Blog do Flavio Gomes
Nas asas

AF 447 (2)

SÃO PAULO (num cyber, tomando café) – Parece que acharam alguma coisa do AF 447. A confirmação de que se trata do Airbus da Air France ainda depende da identificação de alguma peça através de números de série, por exemplo. Mas é muito provável que sejam os destroços, mesmo. Há um compreensível cuidado das autoridades […]

SÃO PAULO (num cyber, tomando café) – Parece que acharam alguma coisa do AF 447. A confirmação de que se trata do Airbus da Air France ainda depende da identificação de alguma peça através de números de série, por exemplo. Mas é muito provável que sejam os destroços, mesmo. Há um compreensível cuidado das autoridades para afirmar qualquer coisa, mas num caso como esse não há muito espaço para coincidências. A cobertura do iG está bem completa, sugiro que acompanhem pelo portal.

Nesses dias que se seguem a grandes acidentes, as pessoas têm a tendência de demonizar aviões e companhias aéreas. Mal sabem que, com a exceção óbvia daqueles que perdem amigos e parentes, são elas, as empresas, as que mais sofrem com as quedas. Não porque têm de indenizar as vítimas; as seguradoras fazem isso. Mas porque é um golpe muito duro na alma de cada funcionário de terra, de cada comissário, de cada aeromoça, de cada engenheiro, de cada piloto, de cada mecânico de manutenção. Companhias aéreas não são firmas normais, elas possuem uma aura diferente. Quem já trabalhou em uma, ou quem se identifica com alguma, sabe do que estou falando.

Como disse um cara ontem na TV, morre mais gente picada por abelha no mundo do que em acidentes aéreos. Então, nada de enviar todas as gerações que descendem de Santos Dumont aos cuidados de satanás. Melhor é prestar respeito às grandes companhias e aos grandes aviões, como este Breguet Provence operado pela Air France que, como conta o Rodrigo Ghigonetto, tinha dois decks como o A380. A foto é de 1964, no aeroporto de Dusseldorf.