Blog do Flavio Gomes
F-1

VALENCIANAS (11)

SÃO PAULO (todo mundo com pressa) – Muito bonita e emocionante a vitória de Barrichello em Valência. Na verdade, bonita porque emocionante, se é que vocês me entendem. A corrida em si foi bem chata, como fora a do ano passado nesse circuito que tem forma, mas não conteúdo. Tecnicamente falando, a melhor parte da […]

SÃO PAULO (todo mundo com pressa) – Muito bonita e emocionante a vitória de Barrichello em Valência. Na verdade, bonita porque emocionante, se é que vocês me entendem. A corrida em si foi bem chata, como fora a do ano passado nesse circuito que tem forma, mas não conteúdo.

Tecnicamente falando, a melhor parte da prova foram as voltas de Rubens antes do segundo pit stop. Impecáveis, que lhe dariam a chance de brigar pela vitória (seria difícil conseguir) mesmo se a McLaren não tivesse atirado a corrida de Hamilton pela janela, ao se atrapalhar no pit stop. Coisa rara: para a McLaren, um erro desses, e para Barrichello, uma sorte dessas.

O brasileiro aproveitou. E conquistou a 100ª vitória de um piloto do país na F-1. Está em boas mãos, a marca histórica. Rubens é um sobrevivente, um cara batalhador, que pode não ser brilhante, fenomenal, mas tem seu nome assegurado na história da categoria pela longevidade e por algumas atuações dignas de lembrança de todos que gostam de corridas.

No rádio, Ross Brawn lhe deu os parabéns e lembrou “os velhos tempos” de Ferrari. Isso deve ter emocionado Barrichello mais ainda, porque ele sabe que a longa carreira está chegando ao fim, e os tempos tendem a ser, mesmo, cada vez mais velhos. É legal ter uma trajetória escrita, construída com sangue, suor e lágrimas. Essa vitória de hoje pode até ser interpretada como um belo ponto final de uma carreira honesta, embora cheia de altos e baixos.

Mas ainda faltam algumas corridas, e talvez esse ponto final possa ser outro. A diferença entre Rubens e Button, que fez uma corrida medíocre, caiu para 18 pontos. É bastante, ainda, considerando que mesmo não andando nada, Jenson tem condições de administrar a vantagem. E a lógica do campeonato, até o fim, indica que a Brawn não vai lutar por vitórias com a mesma facilidade que teve no começo do ano. A McLaren está muito na briga, e a Red Bull, em condições normais, também. Até a Ferrari, com Kimi, anda colocando o pescocinho para fora do engradado.

Em resumo: a chance de título para o brasileiro é pequena, e Button segue sendo o favorito, mais pelo que fez na primeira metade do campeonato do que pelo que não está fazendo ultimamente. E ele, Button, ganha cada vez mais aliados, gente capaz de tirar pontos de seus adversários enquanto ele soma os seus.

Daqui a pouco eu volto para falar do resto.