Blog do Flavio Gomes
F-1

1 CHOPPS, 26 PASTEL

SÃO PAULO (estou atrasado!) – Barrichello não venceria a corrida nas condições de hoje. Para ganhar, teria de contar com chuva ou confusões dos outros. Com tempo firme e carro mais leve que Webber, precisaria contar com uma má largada do australiano, o que não aconteceu. Foi uma prova de leitura muito simples. Webber não […]

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SÃO PAULO (estou atrasado!) – Barrichello não venceria a corrida nas condições de hoje. Para ganhar, teria de contar com chuva ou confusões dos outros. Com tempo firme e carro mais leve que Webber, precisaria contar com uma má largada do australiano, o que não aconteceu.

Foi uma prova de leitura muito simples. Webber não podia deixar Barrichello escapar, para aproveitar as cinco voltas que tinha a mais de combustível. Quando Rubens voltou de seu pit stop, caiu no tráfego, o que é normal em Interlagos, e ali perdeu também uma posição para Kubica. O terceiro lugar seria sua posição natural, mas no fim teve o problema do pneu furado e acabou apenas em oitavo. Foi-se a chance de vencer em casa.

O GP do Brasil teve ótimas primeiras voltas e algumas grandes atuações. A começar pelo campeão Button, que se aproveitou das trapalhadas de Trulli, Sutil e Alonso (para mim, tudo culpa do Trulli) para fechar a primeira volta em nono, perto dos pontos, e passou muita gente. Me lembro de Buemi, Grosjean, Nakajima. E de uma disputa doida demais com Kobayashi, grande surpresa, um japa doidinho de pedra e muito rápido e combativo. Será titular da Toyota no ano que vem, isso já está decidido. Estreou deixando excelente impressão.

Button guiou, como ele mesmo disse, “para fazer as coisas acontecerem”. Fez. Entrou nos pontos rápido, sabia do que estava acontecendo com Barrichello e não teve medo de buscar posições. Mereceu o título. Foi a melhor corrida dele desde a vitória na Turquia.

Outra grande, fenomenal, atuação foi de Hamilton. Largou em 17º e foi buscar um pódio. Assim como Raikkonen, que até passou no meio do fogo deixado pela gasolina de Kovalainen nos boxes, depois de cair para último na primeira volta graças a um toque em Webber, após uma grande largada. Ufa. Frase longa, porque aconteceu muita coisa para ele, mesmo, na prova. Terminou em sexto. Tem feito ótimas corridas, Kimi, apesar de já demitido.

Vettel, o quarto colocado, também foi de encher os olhos. Se não tivesse largado tão atrás, em 15º, era o maior candidato à vitória, porque é mais piloto que Webber. A Red Bull, na verdade, sobrou. E palmas para Kubica, que conseguiu sua melhor posição no ano, num time que vive claro estado de fim de feira.

A prova foi melhor na primeira metade. Depois, as posições se acomodaram. Com Barrichello fora da briga pela vitória desde o primeiro pit stop, a eletricidade que tomava conta do autódromo antes da largada se esvaiu.

Foi o quinto ano seguido que Interlagos consagrou um campeão. Alonso em 2005 e 2006, Raikkonen em 2007, Hamilton em 2008 e Button agora. É um bom palco para decidir títulos. Claro que a corrida de hoje não pode ser comparada à do ano passado, que teve desfecho cinematográfico. Mas foi legal. Button é, igualmente, um campeão legal. Cara batalhador, que teve altos e baixos na carreira, estava a pé no fim do ano com a desistência da Honda, e aí veio Ross Brawn, e aí ele começou o campeonato de forma arrebatadora, ganhou seis das sete primeiras provas e passou a administrar a vantagem já sem brilho. Brilho que hoje voltou. À sua pilotagem e, especialmente, ao sorriso e ao olhar. Um campeão feliz.