Blog do Flavio Gomes
F-1

1 CHOPPS, ÚLTIMO PASTEL

SÃO PAULO (that’s it) – Eu tenho anotados todos os GPs que cobri “in loco”, como se diz, desde 1988. Fui atualizar a lista e esse aqui foi o 225º. Ducentésimo vigésimo quinto. É bastante. Mais do que a maioria dos pilotos. Bela porcaria. É só um trabalho. Que me custou nesses anos todos intermináveis […]

SÃO PAULO (that’s it) – Eu tenho anotados todos os GPs que cobri “in loco”, como se diz, desde 1988. Fui atualizar a lista e esse aqui foi o 225º. Ducentésimo vigésimo quinto. É bastante. Mais do que a maioria dos pilotos. Bela porcaria. É só um trabalho. Que me custou nesses anos todos intermináveis horas em aeroportos e aviões e hotéis.

Não foi o melhor dos GPs do Brasil que já acompanhei de perto. Eu gostava muito das corridas do Rio, e a fase Senna em Interlagos durou pouco, apenas cinco provas, e sem dúvida as duas que ele venceu foram muito interessantes, pela empolgação do público e pela clara vocação de protagonista que Ayrton tinha.

Depois foram anos e mais anos de uma falsa impressão de que Barrichello poderia finalmente ganhar (falo sempre do ponto de vista do torcedor), exceção feita a 2003, que ele podia mesmo, e mais recentemente a ascensão de Massa, que correspondeu às expectativas da turma da arquibancada.

Neste ano, havia uma chance boa para Barrichello, que acabou frustrada por conta de um domingo de sol e tempo firme. Ele não poderia ser campeão aqui, mas dava para ganhar se o dia fosse instável, aquele chove -não-molha, tudo que o ajudou a fazer a pole ontem.

Não ganhou, e ficou aquela impressão de decepção no ar, na saída do público. É pena que a maioria venha só para ver brasileiro na frente. O espetáculo geralmente é bonito na F-1, seja qual for a nacionalidade dos vencedores, e Interlagos costuma oferecer bons pegas, como a gente dizia antigamente.

Mas se não foi o melhor de todos, também não foi o pior. Pelo quinto ano seguido saiu um campeão aqui, e assim Interlagos vai acrescentando belos capítulos à sua já rica história.

Agora, quase dez da noite, garoa e faz frio na região do autódromo. Os mecânicos estão acabando de empacotar suas tralhas nos boxes, porque daqui a duas semanas todos estarão em Abu Dhabi para a última prova do ano. E assim se vai mais uma temporada, e para quem como eu passou muito tempo ajeitando o calendário pessoal ao calendário da FIA, é mais um ano que acaba também.

Só que meu calendário pessoal já não é mais o da FIA. Então, não saio mais daqui com aquela sensação de que o ano acabou e, agora, “só na Austrália” (nem é, ano que vem começa no Bahrein). Nada. Amanhã é segunda, dia útil, cheio de coisa para fazer.

Sendo assim, encerramos nossas transmissões direto de Interlagos. Mais uma vez. Para fazer tudo de novo no ano que vem, creio. Só que, nesse intervalo, voltarei aqui para fazer outras coisas. Acelerar meu carrinho, que é muito mais gostoso do que ver os outros acelerando.

Bye, macacada. Estou com fome. Vou bater um pastel.