Blog do Flavio Gomes
F-1

AUSSIES (9)

SÃO PAULO – Button ganhou a corrida na experiência e na ousadia. Todo mundo largou de intermediários, e ele foi o primeiro a sacar que iria secar e colocou slicks já na sétima volta, assumindo o risco de se dar mal. E se deu bem. Mas, mesmo assim, era prova para a Red Bull de […]

SÃO PAULO – Button ganhou a corrida na experiência e na ousadia. Todo mundo largou de intermediários, e ele foi o primeiro a sacar que iria secar e colocou slicks já na sétima volta, assumindo o risco de se dar mal. E se deu bem. Mas, mesmo assim, era prova para a Red Bull de novo.

Vettel tinha largado bem, voltara da sua troca na frente, estava tranquilo quando foi parar na brita. Aí caiu no colo de Jenson (e eu chutei que ele ia ganhar…). Que não se desesperou na parte final da corrida, quando seus tempos eram 2s piores que os de Hamilton, que vinha babando lá atrás, com pneus novos. Ele sabia que o parceiro teria osso duro pela frente antes de chegar perto de seu carro.

E teve. Mesmo assim, Lewis foi o showman da prova, fazendo ultrapassagens arriscadas, lutando até o fim, como sempre. Não vi nenhuma bobagem dele, em momento algum. Quando chegou em Alonso, entendeu atrás de quem estava e não atacou feito uma vaca louca. E aí quem barbeirou foi Webber, outro muito combativo na corrida, mas mais estabanado.

Mas até mesmo seu toque em Hamilton deve ser relativizado. Ele estava muito perto. Ambos tinham carro e pneus para passar Alonso.

Só que Fernandinho é El Fodón de las Astúrias. Antes, tinha chegado em Massa com chances de passar, mas não fez nenhuma besteira para levar o pódio. Preferiu a política da boa vizinhança, porque de burro não tem nada. Aí, quando Hamilton encostou de vez, no final, passou a fazer um traçado irritante, até retardar a freada ao máximo na penúltima volta, fazendo o inglês brecar de supetão também, e Webber embutir em sua bunda. Babau, quarto lugar garantido.

Alonso é o favorito ao título por essas e outras, mas é bom a Ferrari se coçar, porque carro rápido, hoje, quem tem é a Red Bull. A McLaren também, mas em certas circunstâncias, apenas. Com pneus novos, por exemplo, como Hamilton demonstrou.

Do resto, há que se falar de Schumacher, por exemplo. Engalfinhou-se com Alonso na largada, mas não teve um milionésimo do poder de reação do espanhol. Perdeu um tempão atrás de Jaiminho, mas lutou por um ponto até o final. E conseguiu. Mas é pouco. Aliás, a Mercedes não entusiasma demais. Rosberg chegou em quinto graças ao enrosco de Hamilton e Webber. Não fosse isso, terminaria numa gloriosa sétima posição, mais ou menos o que fazia com a Williams no ano passado. Massa conseguiu se redimir das más corridas que sempre faz na Austrália, largou de maneira excepcional, teve um ritmo oscilante, mas garantiu um pódio importante, segurando a posição com firmeza diante dos ataques tímidos e cautelosos de Alonso. Barrichello fez o que pôde e levou seu carro aos pontos de novo. E Liuzzi, em sétimo, merece aquelas medalhinhas de honra ao mérito.

Já minhas queridas nanicas cumpriram seu papel. Kovalento terminou em 13º compensando o triste domingo de Trulli, que nem largou, coitado. Chandhok viu a quadriculada, embora cinco voltas atrás. Os virginianos se deram mal com quebras e Senna-sobrinho não passou da terceira volta.

Observação pertinente da blogaiada e dos twitteiros: o locutor oficial falou “Virgin” mais de uma vez nas transmissões da TV no fim de semana. E não usou a sigla VRT. Ao menos que eu tenha percebido. Evitou também mencionar a Hispania nominalmente. Na prática, as equipes viraram EdLdG e EdBS — Equipe do Lucas di Grassi e Equipe do Bruno Senna.

Vá lá. Esse assunto já cansou, também. Que usem os nomes que quiserem.