Blog do Flavio Gomes
F-1

HRT

SÃO PAULO (que ande, pelo menos) – A toque de caixa, a Dallara finalizou o carro da ex-Campos Meta e ele foi apresentado hoje à tarde em Múrcia, na Espanha. Quem mandou as primeiras fotos, inclusive essa aí, foi Bruno Senna, pelo Twitter. Sinal dos tempos. Não dá para dizer absolutamente nada sobre o carro, […]

hrtSÃO PAULO (que ande, pelo menos) – A toque de caixa, a Dallara finalizou o carro da ex-Campos Meta e ele foi apresentado hoje à tarde em Múrcia, na Espanha. Quem mandou as primeiras fotos, inclusive essa aí, foi Bruno Senna, pelo Twitter. Sinal dos tempos. Não dá para dizer absolutamente nada sobre o carro, por enquanto chamado de HRT (a equipe aparece na lista da FIA como HRT), que só vai andar no dia 12 de março nos primeiros treinos livres para o GP do Bahrein.

Se sair do lugar, será uma alegria para quem trabalhou no projeto. Se fizer tempos não mais do que 5s por volta mais altos que os registrados pela turma da frente, uma façanha digna de nota. Se terminar a corrida, um milagre.

Bruno terá como companheiro o indiano Karun Chandhok, apresentado oficialmente hoje. Nenhum dos dois tem obrigação alguma em 2010. E ninguém deve cobrar nada deles. O primeiro-sobrinho aparece nas fotos com boné azul da Embratel. Que deve pingar alguns cobres para ele, nem que seja para bancar um salário.

Bruno errou ao assinar no ano passado com a Campos? É a pergunta que se faz. Como saber?, devolvo eu. Se teve chances em equipes pré-existentes, como a Toro Rosso, deveria ter batalhado por elas. Mas ele levou um tombo da Honda no final de 2008, é bom lembrar, e talvez tenha ficado com um pé atrás diante de promessas que no fim poderiam não ser cumpridas. Apareceu uma chance, ele conhecia a turma da Campos da GP2, assinou. Não o condeno por isso. Fracasso, mesmo, foi de Adrián Campos, incapaz de conseguir patrocínios em seu país e de usar o sobrenome Senna para montar um orçamento que lhe permitisse pagar a Dallara (opção correta, fazer o carro fora) e participar dos testes de pré-temporada.

Agora Inês é morta, e a HRT (chamá-la-ei assim, enquanto a FIA não decidir se aceita ou não o nome Hispania) estará no grid do jeito que der. Senninha e Chandhok que aproveitem para aprender. Sem pressão nenhuma por resultados, pode ser até bom para o início de suas carreiras. Precisarão, sim, de muita paciência para lidar com as centenas de problemas que, fatalmente, vão surgir em todos os treinos e corridas.