SÃO PAULO (longo, mas legal) – O vídeo enviado pelo Guzztavo Mello é longo, está dividido em sete partes (a partir desse aí em cima você chega nos demais), mas vale cada minuto. Porque é um Senna que pouca gente conhece. Divertido, embora tímido, fazendo um esforço danado para ficar à vontade com uma equipe de TV japonesa, uma espécie de TV Pirata, humoristas da época, que o levaram para uma provinha de kart na semana do GP do Japão.
O ano era 1993, e Ayrton já não defendia mais as cores da Honda. A McLaren estava de Ford. Mas Senna, depois que começou a trabalhar com os japs na Lotus, passou a ser um profundo admirador da cultura e do trabalho orientais. Acho difícil imaginá-lo fazendo coisa parecida com uma equipe de TV brasileira.
Notem, também, a ausência de assessores da McLaren, de gente policiando Ayrton. Ele tinha dessas coisas. Fazia, sem dar muitas satisfações a ninguém. Alguém poderá imaginar que o piloto cobrou para ficar algumas horas à disposição desses japoneses deliciosamente ingênuos em suas piadas, trejeitos e brincadeiras. Pode até ser, mas eu apostaria que não. Apostaria que foi uma promessa que fez um dia à emissora do Japão, que o seguia com devoção, e cumpriu. Senna talvez tenha sido o brasileiro mais japonês de todos os tempos.
Há cenas hilárias, como a do boné, acho que na segunda parte, Ayrton tentando imitar os gestos do repórter cômico, vestindo-se de samurai, fazendo graça com Mansell e Prost, e muito mais.