Blog do Flavio Gomes
F-1

MALACAS (2)

SÃO PAULO (aqui também) – E o troféu “Orelhudos do Ano” já começa com ótima disputa na terceira etapa do Mundial de F-1. Em Sepang, engenheiros e pilotos de Ferrari e McLaren, repletos de sabedoria e de conhecimentos empíricos sobre precipitações em regiões equatoriais, mostraram toda sua sensibilidade e conseguiram ficar, três deles, atrás de […]

SÃO PAULO (aqui também) – E o troféu “Orelhudos do Ano” já começa com ótima disputa na terceira etapa do Mundial de F-1. Em Sepang, engenheiros e pilotos de Ferrari e McLaren, repletos de sabedoria e de conhecimentos empíricos sobre precipitações em regiões equatoriais, mostraram toda sua sensibilidade e conseguiram ficar, três deles, atrás de Lotus e Virgin na classificação para o GP da Malásia. E quase deu para ficar atrás da Hispania, foi por pouco, muito pouco, pouco mesmo.

(Aqui, parênteses. Galvão Bueno, ao comando da transmissão da Globo, parou de chamar a Virgin de VRT e a Hispania de “equipe do Bruno Senna”. Que bom. Continuamos apenas com RBR e STR, mas a elas já nos acostumamos. Não nos acostumamos, ainda, a ouvir “Luca” di Grassi. Mas para quem mandou VRT e HRT para o espaço, não deve ser muito difícil recuperar um S.)

Louvável a intenção de Ferrari e McLaren de se colocarem ao lado das pobres e oprimidas estreantes no Mundial. Fazer companhia, mostrar solidariedade. Mas um tanto quanto desastrada a decisão de fazer isso dividindo o fundão do grid num campeonato que se desenha difícil. Poderiam, sei lá, convidar todos para um cafezinho. Ou um almoço não muito fausto, primeiro e segundo pratos, uma sobremesa caseira, pudim de leite, ou ambrosia, que vai bem com queijo tipo Minas. Colocar todos os pilotos lá atrás? Achei um exagero de camaradagem.

A burrice misturada à soberba fez com que, debaixo de chuva, as duas grandonas segurassem seus pilotos nos boxes no Q1 à espera não se sabe bem do quê. E fato é que quando foram para a pista, Alonso, Hamilton e Massa, nessa ordem, se foderam porque a chuva apertou. É assim nessa região desde que os primeiros primatas antropoides descobriram o fogo e ficaram putos porque a água do fim de tarde sempre apagava o braseiro para o chá das cinco. Nunca melhora. Só piora.

Button se estrepou um pouco menos. Saiu antes, fez um tempinho que lhe colocaria no Q2, mas rodou e atolou quando voltava aos boxes. Porque a chuva apertara, os australopitecos nos ensinam isso desde o período Paleozoico, e aí era uma questão de ficar na pista para continuar na briga.

Com isso, Kovalainen, da Lotus, e Glock, da Virgin, conseguiram a proeza de passar com suas carroças para o Q2. Chandhok ficou à frente de Bruno Senna. Di Grassi, com problemas mecânicos, teve pouco tempo para fazer sua volta e larga em último. E o trio espertão Alonso-Hamilton-Massa ainda ficou atrás de Trulli.

Daqui a pouco eu volto para falar da pole de Webber na Malásia. Antes, urge um café.