O Q3 foi divertido. A começar por Kubica, que quando viu os dois carros da antiga novela das oito esperando na fila para sair dos boxes, passou ambos pelo acostamento. Malandrinho. Isso porque, como pregavam os hominídeos da pedra lascada, a chuva só iria piorar. Ou melhorar, dependendo da lavoura. Sair na frente de todos era imperativo, para dizer o mínimo.
E veio o temporal que Noé tanto esperava, e a direção de prova achou por bem parar tudo antes que alguém se afogasse. Quando a água deu uma acalmada, os boxes foram abertos de novo e, mais uma vez, lá estavam Maia e Raj esperando para voltar à pista. Desta vez, com Sutil trancando o acostamento, como eu faço nos congestionamentos para o litoral em feriados. Kubica não teve moleza. Conflito diplomático à vista, URSS x Índia. Vanceremos, ainda temos urânio enriquecido.
Vettel ficou em terceiro, Sutil foi o quarto, Hülkenberg surpreendeu e ficou em quinto, Kubica terminou em sexto, com Barrichello em sétimo, o supracitado idoso Schumacher em oitavo, National Kid em nono e Liuzzi em décimo, e estamos conversados.
Com os filósofos de Ferrari e McLaren lá no pelotão da merda, o GP da Malásia tem tudo para ser muito bom. Até porque, como já sabiam os bípedes do Plioceno, na hora da corrida, 16h pelo fuso local, chove. E forte. Os céus carregados e trovejantes sempre foram aliados da F-1. Sepang é uma pista que tem lá seus atrativos, é larga, tem bons pontos de ultrapassagem, espera-se especialmente de Alonso e Hamilton, bons de chuva, aquilo que os narradores d’antanho costumavam chamar de “corrida de recuperação”.
O problema deles se chama Vettel, o Tião Alemão, igualmente hábil na água. E não se pode descartar uma boa atuação da dupla de velhinhos Barrichello-Schumacher, que também fizeram fama no molhado, embora ambos estejam atrás de seus companheiros no grid. Mas têm experiência, sabem onde pisar para não encharcar as meias em situações assim.
Ano passado, choveu tanto que a corrida mal passou da metade. Neste ano, a largada foi antecipada em uma hora, porque a questão dos faróis nos carros de F-1 ainda não está bem resolvida. Para nós, aqui, cinco da madruga. Eu, se fosse você, acordaria para ver. Ou nem dormiria, depende muito de sua rotina nas noites de sábado.
Meu palpite era Alonso, lembram? Com Schumacher no pódio. Pelo jeito, me dei mal.