Blog do Flavio Gomes
F-1

MALACAS (3)

SÃO PAULO (acho que vou pegar uma estradinha…) – Cumpre registrar que o Lada-Renault de Kubica fez o melhor tempo do sábado no molhado com 1min46s283, no Q1. Que correu sem maiores surpresas, exceto a lamentável eliminação do outro piloto de Togliatti, Vitaly Petrov, com quem conversaremos. Button não pôde andar porque seu carro teve […]

SÃO PAULO (acho que vou pegar uma estradinha…) – Cumpre registrar que o Lada-Renault de Kubica fez o melhor tempo do sábado no molhado com 1min46s283, no Q1. Que correu sem maiores surpresas, exceto a lamentável eliminação do outro piloto de Togliatti, Vitaly Petrov, com quem conversaremos. Button não pôde andar porque seu carro teve de ser resgatado da brita. Kovalainen e Glock viraram abóboras, com tempos cerca de 4s piores que os de Petrov, o primeiro degolado. E destaques especiais para a dupla da Force India, que levou os dois carros ao Q3, e para Kobayashi, cada vez mais parecido com National Kid, que deixou De la Rosa comendo poeira.

O Q3 foi divertido. A começar por Kubica, que quando viu os dois carros da antiga novela das oito esperando na fila para sair dos boxes, passou ambos pelo acostamento. Malandrinho. Isso porque, como pregavam os hominídeos da pedra lascada, a chuva só iria piorar. Ou melhorar, dependendo da lavoura. Sair na frente de todos era imperativo, para dizer o mínimo.

E veio o temporal que Noé tanto esperava, e a direção de prova achou por bem parar tudo antes que alguém se afogasse. Quando a água deu uma acalmada, os boxes foram abertos de novo e, mais uma vez, lá estavam Maia e Raj esperando para voltar à pista. Desta vez, com Sutil trancando o acostamento, como eu faço nos congestionamentos para o litoral em feriados. Kubica não teve moleza. Conflito diplomático à vista, URSS x Índia. Vanceremos, ainda temos urânio enriquecido.

Chuva vai, chuva vem, e quem arriscou mais do que todos foi Webber, que colocou pneus intermediários e conseguiu uma volta espetacular em condições muito adversas, enfiando 1s326 sobre o segundo colocado, o jovem Rosberg, que mais uma vez entubou o velho Schumacher, oitavo no grid. Foi a segunda pole da carreira do australiano e a terceira da Red Bull na temporada. Carro rápido os caras têm. Mas é preciso uma vitória para que se convençam de que podem, de fato, lutar pelo título.

Vettel ficou em terceiro, Sutil foi o quarto, Hülkenberg surpreendeu e ficou em quinto, Kubica terminou em sexto, com Barrichello em sétimo, o supracitado idoso Schumacher em oitavo, National Kid em nono e Liuzzi em décimo, e estamos conversados.

Com os filósofos de Ferrari e McLaren lá no pelotão da merda, o GP da Malásia tem tudo para ser muito bom. Até porque, como já sabiam os bípedes do Plioceno, na hora da corrida, 16h pelo fuso local, chove. E forte. Os céus carregados e trovejantes sempre foram aliados da F-1. Sepang é uma pista que tem lá seus atrativos, é larga, tem bons pontos de ultrapassagem, espera-se especialmente de Alonso e Hamilton, bons de chuva, aquilo que os narradores d’antanho costumavam chamar de “corrida de recuperação”.

O problema deles se chama Vettel, o Tião Alemão, igualmente hábil na água. E não se pode descartar uma boa atuação da dupla de velhinhos Barrichello-Schumacher, que também fizeram fama no molhado, embora ambos estejam atrás de seus companheiros no grid. Mas têm experiência, sabem onde pisar para não encharcar as meias em situações assim.

Ano passado, choveu tanto que a corrida mal passou da metade. Neste ano, a largada foi antecipada em uma hora, porque a questão dos faróis nos carros de F-1 ainda não está bem resolvida. Para nós, aqui, cinco da madruga. Eu, se fosse você, acordaria para ver. Ou nem dormiria, depende muito de sua rotina nas noites de sábado.

Meu palpite era Alonso, lembram? Com Schumacher no pódio. Pelo jeito, me dei mal.