Blog do Flavio Gomes
Kart

O DAP DO BECO

SÃO PAULO (assim a história se salva) – Recebo e-mail do Marcelo Afornali, do Museu do Kart, o principal restaurador de karts antigos do país. Ele encontrou um motor que foi usado por Ayrton Senna. Vejam que bacana. Estou te escrevendo para contar uma descoberta para o resgate histórico da memória do Ayrton Senna, pois […]

SÃO PAULO (assim a história se salva) – Recebo e-mail do Marcelo Afornali, do Museu do Kart, o principal restaurador de karts antigos do país. Ele encontrou um motor que foi usado por Ayrton Senna. Vejam que bacana.

Estou te escrevendo para contar uma descoberta para o resgate histórico da memória do Ayrton Senna, pois consegui um motor que foi do tricampeão mundial em sua época do kart. Em minhas andanças e contatos, cheguei a um senhor do Rio de Janeiro via e-mail, para a busca de peças de motores italianos de 100 cc. Após um bom papo pelo telefone, este me confidenciou que tinha cinco motores da época em que era revendedor Mini no Rio: um Komet K-88 – 1973/77; dois Parilla TT-22, conhecidos pelo seu formato de “coquinho” – 1974/77; um DAP T-80 Corsair – 1973; um DAP TT-72 que pertenceu ao Ayrton – 1979.

Como Senna, no fim dos anos 70, começou a se preparar para correr o Mundial, seus equipamentos ficaram com o Tchê e foram vendidos a pessoas interessadas como é o caso do Alcindo, que ficou com o motor. Ele comprou do Tchê este motor, pois tinha uma equipe de competição que participava do campeonato carioca. Alcindo contou-me que este motor foi ainda bicampeão carioca na sua categoria e participou de um Campeonato Brasileiro posteriormente. Depois, foi aposentado e ficou guardado num cantinho de sua garagem.

Com a morte de Senna, Alcindo tomou a iniciativa de ligar para a Viviane e oferecer o motor para ser exposto em um museu ou algo relacionado ao piloto, mas como ele mesmo me disse, acabou não concretizando a passagem do motor para suas mãos. Por fim, o motor ficou mais 15 anos guardado naquele cantinho.

Após a conversa, liguei para o Tchê e contei-lhe tudo que me foi passado, e ele me disse que quase todos os motores DAP que vieram para o Brasil, por sinal foram poucos, pertenceram ao piloto. Apenas me pediu para conferir um número no bloco e confirmou-me que era dele, sim.

Fechei negócio com os cinco motores e os recebi uma semana depois. Mas dei preferência por mexer primeiro no DAP TT-72, dado seu pedigree. Desmontei, limpei, conferi as peças e remontei novamente. Agora estou providenciando um fundo em madeira clássica e uma redoma de vidro, pois vou cravar na madeira uma chapa de inox gravada com todo o histórico do motor, até chegar em minhas mãos.

Grande abraço!

O que podemos dizer? Mandamos outro abraço ao Marcelo, guardião da história do kartismo brasileiro. Ainda bem que tem gente como ele por aí.