Blog do Flavio Gomes
F-1

SPAZINHAS (3)

SÃO PAULO (vai bem, o menino) – Chuva nas duas pontas: na primeira volta e, depois, nas últimas. São os caprichos de Spa. Que, claro, mexeram na história do GP da Bélgica. E do Mundial. Foi a água marota, por exemplo, que começou a acabar com as chances de título de Alonso, acertado por Barrichello […]

SÃO PAULO (vai bem, o menino) – Chuva nas duas pontas: na primeira volta e, depois, nas últimas. São os caprichos de Spa. Que, claro, mexeram na história do GP da Bélgica. E do Mundial. Foi a água marota, por exemplo, que começou a acabar com as chances de título de Alonso, acertado por Barrichello no fim da primeira volta — quando a água caiu só para lembrar a todos que ela estaria por lá, à espreita. Fernandinho teve um domingo daqueles. Sobreviveu à pancada (Rubens, não), arriscou pneus intermediários, a chuva parou, trocou de novo, fazia uma prova bonita, entrou nos pontos, mas no fim, quando a chuva apertou de novo, errou sozinho, rodou, bateu e tchau.

Tchau campeonato? Bem, pode ser que na próxima corrida todos tenham azar e ele, não. Mas não é muito provável.

A chuva, porém, não teve nada a ver com a tragédia de mais dois postulantes ao título, Button e Vettel. Jenson estava bem na corrida, faria pontinhos importantes, mas estava mais lento que Tião Alemão. Que foi para a ultrapassagem, claro. Não acho que Vettel tenha sido tão desastrado assim. Tirou para passar, o carro balançou, apontou para dentro, bateu. Furou a lateral de Button, tirando o inglês da corrida.

E tirando-o do campeonato, também? Acho que Jenson está na mesma situação de Alonso. Precisa urgente de uma vitória e de uma desgraça coletiva dos rivais.

Vettel errou, embora tenha sido um erro menor do que o que tentam desenhar, e foi injustamente punido. Aquilo é acidente de corrida. Não se pode reprimir tanto as tentativas de ultrapassagem. Mesmo assim, faria pontos, não fosse o pneu furado quando passou Liuzzi, e aí, tchau.

Tchau campeonato? Para Sebastian, ainda não. Está um pouco à frente de Button e Alonso e tem um carro bom o bastante para ganhar corridas. Só que precisa, igualmente, que Webber e Hamilton tenham domingos tão ruins como o que ele teve em Spa.

Webber e Hamilton, Hamilton e Webber. São três pontos pró-Lewis na classificação, 182 a 179. O Mundial começa a ficar com a cara de um dos dois. Vettel, em terceiro, está 31 pontos atrás do mclariano e a 28 do canguru. Mas são seis provas pela frente. Ainda tem água para rolar. De qualquer forma, os dois ponteiros são aqueles que, até agora, mais merecem o título. Webber erra pouco (errou na largada, mas se recuperou bem) e não se envolve em trapalhadas como Vettel. Hamilton brilha na pilotagem. Se teve problemas com Button no início do campeonato, agora não tem mais. Entre outras coisas, porque o companheiro tem andado mal em classificações.

Além da briga na frente, o GP belgicano teve atuações muito boas de vários pilotos. Massa foi sólido e consistente, em condições que não são as ideais para ele, e se segurou em quarto. Kubica só perdeu o segundo lugar porque parou errado nos boxes no pit stop, e Webber passou. Mas foi ao pódio de novo. A Lada vai bem em seu ano de estreia na F-1. Sutil confirmou a boa performance da Force India em pistas como Spa, de alta, e fechou a corrida em quinto. Rosberguinho e Schumacher, sexto e sétimo, largaram lá atrás, trocaram de pneu na hora certa, brigaram entre si, fizeram ótimas provas. Kobayashi foi o show de sempre, vendendo caríssimo cada ultrapassagem. Petrov, que também largou lá no fundão, pontuou. Sibéria adiada. E Alguersuari fechou a zona de pontos andando com segurança numa pista difícil para garotos inexperientes.

Pena para Barrichello que sua corrida 300 durou menos de uma volta. Ele não costuma errar nesse tipo de piso, em início de prova. Mas errou, acontece, a vida segue.