Blog do Flavio Gomes
F-1

CINGAPURITANAS (3)

LONDRINA (e está chovendo!!!) – Alonso, Alonso. Vais buscar o título, cabrón. Grande vitória, numa corrida mais interessante do que boa. Como fui escrevendo ao longo da prova, porque já estou quase dentro do meu carro para a corrida de daqui a pouco, vamos ao relato. – Massa, que largou em último, parou na primeira […]

LONDRINA (e está chovendo!!!) – Alonso, Alonso. Vais buscar o título, cabrón. Grande vitória, numa corrida mais interessante do que boa. Como fui escrevendo ao longo da prova, porque já estou quase dentro do meu carro para a corrida de daqui a pouco, vamos ao relato.

– Massa, que largou em último, parou na primeira volta e se deu bem, porque teve um safety-car na volta 3 (Liuzzi se estranhou com Heidfeld e ficou com o carro parado na pista). Felipe ganhou as posições de alguns que pararam. Webber também aproveitou o SC e foi trocar os pneus. Era algo que viria a compensar depois, quando a turma da ponta, os oito primeiros, fosse para os boxes. Webber voltou em 11º de seu pit stop. Massa surgiu em 15º.

– Lá na frente, Alonso, Vettel, Hamilton, Button, Rosberg, Kubica e Barrichello. Sem grandes alterações. El Fodón mantendo 2, 3 segundos para Tião Alemão. Webber ia abrindo caminho. Na 12ª volta, era oitavo, a 21s do líder. Mais atrás, Glock era o  grande destaque da prova. Em 11º, segurava uma longa composição ferroviária com Sutil, Hülkenberg, Massa, Petrov, os dois da Toro Rosso e o resto do mundo. Sutil levou um ano para passar. Hülkenberg foi na marra, deu um chega-pra-lá no carro da Virgin, passou o boi, passou a boiada.

– E lá na frente, Alonso desfilando e nada de ultrapassagens. Vettel ficou na espreita, sempre a uma distância segura. Hamilton, em terceiro, já estava a mais de 20s na altura da volta 25. A vitória estava restrita ao duelo de Fernandinho e Tiãozinho. Webber lutava para fazer voltas rápidas para, quem sabe, aparecer em terceiro quando os caras à frente parassem para trocar pneus.

– No fundo, virou um porre a corrida. Cenário bonito, feérico, luzes, arranha-céus espelhados, navio no topo do prédio, estádio boiando, a puta que o pariu desses países de faz-de-conta. Mas pista de corrida, mesmo, nada. Desfile de carros rápidos para endinheirados assistirem de noite tomando espumante e exibindo seus Jaeger LeCoultre de 200 mil euros.

– Na volta 29, Hamilton foi aos boxes. Voltou em oitavo, atrás de Webber. Ops, alguma coisa vai acontecer aí. Na 30, Alonso e Vettel nos boxes. Não deu para entender a Red Bull. Poderia ter deixado Tião mais um pouco na pista para tentar ganhar a posição no pit stop. Ajudaram a Ferrari.

– Na volta 32, safety-car de novo. Kobayashi bateu na parede, depois de mandar Schumacher numa outra. O alemão sobreviveu. O japa, na sua batida, não. Bruno veio atrás, não viu e bateu junto. Quem ainda não tinha feito pit stop, aproveitou para fazer. E Webber apareceu em terceiro. Viu como é bom ter paciência? Terceiro, atrás de Alonso e Vettel, e sem diferença nenhuma de tempo graças ao safety-car.

– Na 35, relargada. E Hamilton tentou dar o bote. Estava mais rápido, foi para cima de Webber, mas o australiano não aliviou. E na curvinha para a esquerda Mark manteve sua trajetória e acabou tocando em Lewis, que quebrou. Dois abandonos em duas corridas nesta fase do Mundial… Um campeonato tão apertado não perdoa dois abandonos seguidos na reta final, creio. Ficou muito difícil para Lewis, quase impossível. Se nos pontos a diferença nem é tão grande, é bom lembrar que a McLaren não tem o melhor carro. E Hamilton poderia estar na liderança, hoje, o que seria uma façanha. Não está. Haverá quem acuse Hamilton de ter errado bisonhamente hoje. Não estou entre eles. Tentou. Deu errado. Na vida é assim. A gente vive tentando. E quase sempre dá errado. Talvez ele tenha sido otimista demais quanto às intenções de Webber. Poderia ter feito aquela chicane um pouquinho mais por fora. Mas já foi, babau.

– Nas voltas finais, Vettel ensaiou ameaçar Alonso, que como é El Fodón, não deu muita bola e acelerou quando precisava. Ganhou de novo, está definitivamente na briga, é o cara mais forte, mentalmente, para as últimas quatro corridas da temporada. Teve ainda o espetáculo pirotécnico de Kovalainen, muito bonito e perigoso, para fechar a noite, na falta de fogos de artifício.

– Massa teve uma prova apagada depois do salto de posições graças ao pit stop da primeira volta. Ficou nisso, no fim ainda foi ultrapassado por Kubica, que fez uma segunda troca e nas últimas voltas deu um show danado. Aliás, mostrou a todo mundo como se passa numa pista onde ninguém passa. OK, estava com pneu novo e tal, mas mesmo com pneus novos e tal, tem gente que não consegue. E o polaco é um bicho bom da peste. Barrichello fez uma corrida honesta e pontuou de novo em sexto, uma ótima colocação.

– A Ferrari fez bem em contratar El Fodón.