Blog do Flavio Gomes
Indústria automobilística

ELEIÇÕES 2010 (38) – ADVENTURES PATÉTICOS

SÃO PAULO (põe na lama pra ver o que dá…) – Os piores são, sem dúvida, aqueles com estepe pendurado na porta traseira. E a concorrência é vasta. Eu não sabia nem que nome dar a esta categoria. “Offroads”? “Lameiros”? “Na Trilha”? Acabei optando por um que a Fiat usa, “Adventure”. É, deve ser realmente […]

SÃO PAULO (põe na lama pra ver o que dá…) – Os piores são, sem dúvida, aqueles com estepe pendurado na porta traseira. E a concorrência é vasta. Eu não sabia nem que nome dar a esta categoria. “Offroads”? “Lameiros”? “Na Trilha”? Acabei optando por um que a Fiat usa, “Adventure”.

É, deve ser realmente uma grande aventura enfiar uma bodega dessas no barro. Morro de rir com a ingenuidade das pessoas que compram essas porcarias achando que, com elas, terão uma vida de emoções e juventude eterna. O Dobló é a expressão máxima da enganação. Um furgão de entrega de produtos de limpeza pode ser “emocionante”? Ele fica tão à vontade no mato quanto o Jô Soares na cápsula que retirou os mineiros do buraco. E o EcoSport? Não passa de um Fiesta com carroceria de “rodeo-boy”, e os primeiros eram ainda mais desprezíveis, com quebra-mato na frente. O terceiro escolhido como finalista foi o Peugeot Escapade. Como é que alguém quer transformar uma perua de buscar leite na padaria num veículo capaz de atrair Indiana Jones?

A fórmula para transformar um carro ruim e sem graça num carro ruim “aventureiro” é muito simples. Erguer um pouco a suspensão, colocar uns pneus de perfil alto, desenhar parachoques mais “robustos”, tacar uns adesivos nas laterais, jogar o estepe para fora (para que seja roubado) e criar uma campanha publicitária que inclua surfistas, sujeitos escalando montanhas e garotas bonitas de botas CAT e shortinhos cáqui.

Mas, na real, o máximo de aventura que essas tranqueiras oferecem é levar seus felizes proprietários até a beira de alguma praia. Desde que não tenham de andar na areia. E lavem os pés quando forem voltar para casa.

Me ajudem, ao votar, com os nomes dos outros, que já esqueci. Está cheio de “cross-algo”, “off-alguma-coisa”, “extreme-sei-lá-o-quê”, é um exercício danado que os caras das montadoras têm de fazer para batizar essas coisas.