Blog do Flavio Gomes
F-1

KOREANAS (4)

SÃO PAULO (sono já foi, voltou e foi de novo) – OK, o cara é El Fodón de Las Astúrias, baita piloto, guia pacas e tal e coisa e coisa e tal. Mas é também El Rabudón de Yeongam. Alonso vai ser campeão. Essa catástrofe que foi o domingo da Red Bull mina o ânimo […]

SÃO PAULO (sono já foi, voltou e foi de novo) – OK, o cara é El Fodón de Las Astúrias, baita piloto, guia pacas e tal e coisa e coisa e tal. Mas é também El Rabudón de Yeongam. Alonso vai ser campeão. Essa catástrofe que foi o domingo da Red Bull mina o ânimo de qualquer equipe. Faltam duas corridas para o final do campeonato, e agora todos precisam torcer para que o espanhol tenha malária, ou dengue, ou seja abduzido. Não é muito provável. Dengue, pode até ser, em SP. Mas os sintomas só seriam sentidos depois do GP do Brasil…

E todos caçoamos do espanhol quando, no meio da temporada, ele disse que iria ganhar o campeonato. Não é que vai mesmo?

O GP da Coreia do Sul quase não houve. Com chuva, visibilidade nula, paúra total, começou com safety-car. Três voltas no aguaceiro, e para tudo. Não dava para correr, foi o que determinou a direção de prova. Uma hora depois, com a chuva um pouco mais clemente, largaram de novo, mais uma vez atrás do safety-car. E foram mais 15 voltas com aquele Mercedes feioso na frente de todo mundo até que alguma alma generosa decidisse que já poderiam acelerar aquelas bagaças de verdade.

Finalmente, corrida. Frescura danada, esse exagero de safety-car. A chuva nem era tão forte. Dava para correr tranquilo. E quando começou para valer, com uma largada sem maiores incidentes, quem amaldiçoou o destino foi Webber. Rodou sozinho, deu no muro, levou Rosberguinho junto. Um rubrotaurino a menos. Ficou desolado, o australopitecus.

Vettel, lá na frente, se segurava na boa, com firmeza de pilotagem e de propósitos. Uma vitória colocaria Tião Alemão na liderança do campeonato e o time passaria a trabalhar por ele nas duas provas finais. Por isso, Seb nada fez de errado, muito pelo contrário. Era seu dia.

Na volta 29, quando Button parou para colocar intermediários, começaram os pit stops daqueles que contam. E veio mais um safety-car, por acidente entre Buemi e Glock. Foi a senha para todos trocaram os pneus de chuva forte pelos “inter”. Nessas, Alonso perdeu o segundo lugar para Hamilton — a Ferrari se embananou na parada de El Fodón, que ficou bem putón. Sorte dele que Lewis cometeu um erro, e Alonso ganhou a posição, reassumindo o segundo lugar.

As voltas se sucediam sem grandes sustos, a luz natural se esvaía, mas a corrida chegaria ao final antes das duas horas regulamentares e antes que faróis fossem necessários. Parecia que nada mais digno de nota aconteceria, até que na volta 46, puf. O motor de Vettel quebrou.

E Alonso, El Largón de Maranello, tinha menos de dez voltas para confirmar sua quinta vitória no ano. Hamilton ameaçou pressionar, mas Fernandinho não se incomodou muito. Sumiu na frente e correu para o abraço. Massa recebeu a bandeirada em terceiro, com Schumacher em quarto, depois de bela prova, algumas ultrapassagens bonitas e sinais de que ainda não acabou para o mundo. Fecharam a zona de pontos Kubica, Liuzzi, Barrichello, Koba-mito, Heidfeld e Hülkenberg. Todos com méritos, sobreviventes de um domingo longo e difícil.

Alonso foi a 231 pontos e pode fechar matematicamente a disputa em Interlagos, dependendo de uma combinação de resultados. Webber tem 220, boas chances, claro, especialmente se a Red Bull concentrar nele seus esforços. Mas deve estar deprimido, pensando em suicídio. Vai ser duro erguer o moral do rapaz. Hamilton passou a ser o terceiro colocado com 210. Vettel tem 206 e Button, 189. Os dois últimos praticamente deram adeus ao título. Mas nunca se sabe.

Como se diz, o jogo só acaba quando termina.