SÃO PAULO – Morreu hoje em Havana Alberto Granado, o companheiro de Che Guevara na histórica viagem que ambos fizeram em 1952 pela América do Sul com uma Norton 500 1939 — que acabou quebrando no meio do caminho, depois de vários meses. Foi essa viagem que despertou no jovem médico Ernesto o espírito de solidariedade e justiça, diante de tanta pobreza e miséria que ele pôde testemunhar nos países vizinhos de sua Argentina. Che acabaria sendo um dos nomes mais importantes da revolução cubana.
A epopeia virou filme em 2004, “Diários de Motocicleta”, obra-prima de Walter Salles Jr. Granado, bioquímico, acabou se fixando em Cuba em 1961 e suas memórias, registradas no livro “Con el Che por Sudamérica”, serviram de base para o filme, assim como os diários escritos pelo próprio Che.
“La Poderosa” era o apelido da moto, a que aparece abaixo em foto original de época, emprestada do site “La Pastera – Museo do Che”. Quem já fez uma longa jornada de moto (o que não é meu caso) sabe como elas — as motos e as jornadas — são mágicas. E Ernesto e Alberto são dois exemplos de jovens que viveram em função daquilo em que sempre acreditaram. Coisa rara neste planeta.
