Blog do Flavio Gomes
Autódromos

SILVERSTONE, 1948

SÃO PAULO (pré-história) – O Fernando Amaral mandou um recorte bem legal com um pouco mais da história de Silverstone. Um capítulo não tão conhecido, porque a gente costuma marcar 1950 como o ano-zero da pista, por conta do primeiro GP da F-1 com este nome. Mas a coisa começou um pouco antes, em 1948. […]

SÃO PAULO (pré-história) – O Fernando Amaral mandou um recorte bem legal com um pouco mais da história de Silverstone. Um capítulo não tão conhecido, porque a gente costuma marcar 1950 como o ano-zero da pista, por conta do primeiro GP da F-1 com este nome.

Mas a coisa começou um pouco antes, em 1948. Logo que terminou a Guerra, a maioria dos autódromos ingleses, e nem eram tantos assim, estava nas mãos das Forças Armadas. Donington, por exemplo, virou depósito do Exército;  Brooklands foi usado como centro de desenvolvimento da Royal Air Force. Não dava para correr de nada nessas pistas.

Mas o inverso também poderia acontecer, por que não? E o RAC (Royal Automobile Club, que desde a década de 20 organizava corridas) alugou um campo de pouso em Northamptonshire, área central do país, plana, onde poderia ser feita uma pista para carros sem grandes adaptações. Isso foi em junho de 1948. E foi marcado para outubro um GP para marcar a volta das competições no país.

Curioso é que o primeiro traçado era bem mais lento e travado que aquele que logo depois passaria a ser a maior característica de Silverstone, a alta velocidade. Isso porque num primeiro momento os organizadores acharam melhor usar os trechos internos das pistas de pouso e táxi em vez das estradas perimetrais, que formam a base do circuito até hoje. A pista tinha um monte de curvas fechadas e cotovelos.

A prova foi um sucesso, apesar da precariedade das instalações para equipes e público, com congestionamentos enormes (que perduraram por décadas) e muita lama nos estacionamentos. Tanto que em maio do ano seguinte já fizeram outra, já usando as vias externas, num traçado mais parecido com aquele que virou a marca registrada do GP da Inglaterra.

Deu Maserati em 1948, com Luigi Villoresi ao volante. A velocidade média de uma volta pelos 5.907 m da pista ficou na casa dos 120 km/h para os mais rápidos. Em 1949, essa média subiu para algo em torno de 130 km/h. Na primeira corrida da história da F-1, em 1950, foi para mais de 152 km/h.

Em 1952 o aluguel do autódromo foi assumido pelo BRDC, British Racing Drivers Club, que o comprou em 1971 e é seu proprietário até hoje. Domingo vamos ver Silverstone zerada, com nova área de paddock e boxes. O novo traçado foi inaugurado no ano passado, com seus 5.891 m de extensão, o segundo maior do calendário, perdendo apenas para Spa. Ainda uma pista de alta, com oito de suas 18 curvas sendo percorridas a mais de 250 km/h. É pé embaixo em 69% da volta.

Um lugar mágico para quem gosta de automobilismo.