Webber fez sua terceira pole no ano hoje, para mostrar ao talentoso coleguinha de escritório que nem sempre a juventude é tudo. Aliás, Vettel amargou seu pior resultado no ano e o pior desde o GP da Itália de 2010. Em Monza, ano passado, largou em sexto. Aí fez uma sequência de 14 primeiras filas, com 10 poles e quatro segundos lugares. Mark, o canguru muitas vezes tristonho e desolado, chegou a nove poles na carreira.
Era esperado que a Red Bull voltasse a andar na frente em Nürburgring com a liberação dos difusores bafo-quente. Ontem, a Ferrari ficou bem perto com Alonso. Hoje, um pouco menos. Quem acabou beliscando o tempo de Webber, 1min30s079, foi um surpreendente Hamilton — que eu, ontem, dizia estar desanimado; se animou. Lewis cravou 1min30s134, com Tião Alemão em terceiro e Fernandinho em quarto. O intervalo entre primeiro e quarto foi de 0s363.
Aí, a partir do quinto, começa outra categoria. Massa ficou 0s468 atrás do parceiro, seguindo na triste rotina de levar quase meio segundo por treino. Aproveitando, forneço a Vossas Senhorias alguns números desse duelo que tem sido desigual. Alonso largou na frente de Felipe em todas as corridas do ano. A diferença média entre os dois em classificações é de 0s399. A posição média do espanhol nesta temporada, em grid, é 4,1; de Massa, 6,2. No cronômetro, a maior sacolada foi na Espanha: Alonso 0s924 mais rápido que o brasileiro; a menor, no Canadá: 0s018 de diferença.
Quem também vem levando uma sova em classificações é Schumacher. Rosberguinho tem sido impiedoso com o veterano heptacampeão: 9 x 1 em grids, uma média de 0s475 por classificação no lombo de Michael, que tem como posição média de largada 9,8, enquanto Nico ocupa a posição 6,5. Ele larga em 6,5° toda corrida, sacaram?
Bom, isso não tem a menor importância. Falemos do treino.
Q1 tradicional, com Kovalento destacando-se dos demais nanicos — até porque Trulli foi abandonado na rua da amargura para Chandhok correr. Kobayashi, o Mito, ficou junto deles, o que é lamentável. Que passe todos na largada. No Q2, dois vencedores em duelos internos: Sutil sobre Di Resta e Petrov sobre Heidfeld. Os dois primeiros foram ao Q3, palmas para eles.
Schumacher, Sutil e Rosberg, no Q3, guardaram pneus macios. Não sei se será necessário, porque segundo meu amigo Diego Mejía, que está em Nürburgring, as chances de chuva amanhã na hora da corrida são de 83%. Isso mesmo, nem 80, nem 85. 83%. Os meteorologistas da região são muito precisos. E a temperatura no ameno domingo de Eifel deve bater na casa dos 11 graus. Lembro de um ano em que saí da França, acho, com 35 graus e cheguei a Nürburgring com 20 abaixo de zero. É um lugar esquisito, Nürburg.
Webber fez a pole na segunda tentativa e Vettel não chegou a ameaçá-lo, embora tenha sido o mais rápido no último treino livre. Hamilton, sim, fez uma voltaça. Com chuva, na prova, tudo pode acontecer. Frase das mais criativas, essa. Vamos refiná-la. Tudo pode acontecer de bom para pilotos como Vettel, Hamilton, Alonso, Button (bem ruim na classificação, em sétimo) e Schumacher, hábeis na água, assim como Sutil. Webber, o velhote da firma, que trate de largar bem se estiver molhado. Aí tem uma enorme chance de mostrar para a molecada e para a chefia que ainda tem lenha pra queimar.