Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

SMOKE IN POÇOS (3)

POÇOS DE CALDAS (pena que acaba) – Já da janela do salão onde tomávamos café da manhã, vi a traseira arredondada, as quatro lanternas Lucas, a faixa preta atravessando o branco impecável. Chegou o Malzoni II, restaurado pelo Kiko, filho de Rino, o criador de um dos mais espetaculares esportivos do mundo, que virou Puma-DKW, […]

POÇOS DE CALDAS (pena que acaba) – Já da janela do salão onde tomávamos café da manhã, vi a traseira arredondada, as quatro lanternas Lucas, a faixa preta atravessando o branco impecável. Chegou o Malzoni II, restaurado pelo Kiko, filho de Rino, o criador de um dos mais espetaculares esportivos do mundo, que virou Puma-DKW, que virou Puma VW.

O Malzoni II, de chapa, fez quatro corridas com o Marinho, todas em 1964. Venceu uma delas. É uma espécie de Santo Graal. Ficou desaparecido por 40 anos. Hoje está a coisa mais linda do mundo.

Prometia, o começo do sábado em Poços.

E foram chegando mais alguns fumacentos, e outros, e outros, e no auge contamos 94 DKWs e um Gerdolino na frota dois tempos. 95 carros, uma marca histórica, fora alguns avulsos (o Candangão V8, um Puma VW, a Simca do Vigilante). Não bateu nos 100, sem problema. Meta para o próximo mantida.

Antes do almoço teve palestra sobre Trabants, e depois fiquei vagando entre os carros, parando aqui e ali, conversando o tempo todo com todo mundo, aprendendo um monte.

No meio da tarde chega o Marinho com toda sua família. Quando viu o Malzoni II, quase morreu de emoção. Dirigiu o carro, puxando a fila de uma carreata fumacenta pelas ruas da cidade onde venceu sua primeira corrida, em 1959. Foi, também, a primeira vitória de um DKW numa prova de caráter nacional.

Juntaram-se ele Kiko Malzoni e Crispim, e fotos, vídeos, autógrafos, uma tarde memorável. Depois chegaram Bob Sharp e Jason Vôngoli.

Se der, vejam o álbum de fotos no facebook, aqui. Vejam as cores, os carros, as pessoas, a alegria que é um encontro como este. Na carreata, coloquei um garotinho de dois anos do meu lado no Gerdolino. O moleque é doido por Trabant, não me perguntem por quê. Felipe, seu nome. Seus pais e o irmãozinho de colo foram atrás. Ele pegou no sono, mas depois, no fim da tarde, veio dizer obrigado e me deu um beijo na bochecha. Figurinha.

Daqui a pouco vamos homenagear o Marinho. Depois tem um baile, depois vamos todos para casa. Alguns hoje, muitos amanhã pela manhã. É que o Blue Cloud é um encontro de carros que andam. Dos 95, contei apenas 15 que não vieram rodando. 80 saíram de todos os cantos do país para a nona edição desta maluquice total. Vieram de Brasília, BH, Curitiba, SP, Rio, Rio Grande do Sul, no final contamos participantes, com e sem carros, de 11 Estados!

Demais, isso aqui. Ninguém entende por que tanta gente gosta tanto de um carro que deixou de ser produzido há 44 anos. É um encontro de apaixonados, não de colecionadores. Isso explica. Um bando de doidos, doidos adoráveis.