Blog do Flavio Gomes
F-1

SATURDAY, BLOODY SATURDAY

SÃO PAULO (há tempo) – Enquanto a turma escorregava na areia lá, eu escorregava no asfalto molhado cá, em Interlagos. E só agora me inteirei da classificação barenita. Antes de falar do resultado, não pode passar em branco a vendetta da FOM à Force India, que se retirou do segundo treino livre da sexta para […]

SÃO PAULO (há tempo) – Enquanto a turma escorregava na areia lá, eu escorregava no asfalto molhado cá, em Interlagos. E só agora me inteirei da classificação barenita.

Antes de falar do resultado, não pode passar em branco a vendetta da FOM à Force India, que se retirou do segundo treino livre da sexta para que seus funcionários pudessem voltar ao hotel com a luz do dia. Segundo os relatos que recebo pelo Twitter, os carros do time simplesmente não apareceram hoje na transmissão da TV. E conta a Vanessa Ruiz, repórter da Estadão ESPN no Bahrein, que gente da equipe diz ter certeza de que também não vão aparecer na corrida.

Bernie Ecclestone é uma figura patética.

Vamos ao treino, começando de baixo para cima. No Q1, duas mega-surpresas. Megassurpresas. Grandes surpresas. Schumacher ficou ali, no meio das nanicas. Mas para ele houve uma explicação: na sua volta rápida, a asa móvel pifou. Não houve tempo de arrumar, dançou. Pelo menos tem pneus novos para a corrida à vontade. A outra, Kovalento passando para o Q2. Verme (lê-se “vérme”) também se juntou aos nanicos de sempre. Ficou chateado, decepcionado, intrigado e deprimido. Porque seu companheiro Ricardinho foi lá para cima, sexto no grid, mas daqui a pouco falamos dos melhores.

Raikkonen e Koba-Mito foram os fiascos do Q2. Seus parceiros avançaram e eles ficaram. Kimi teve uma explicação: deu só uma volta e preferiu guardar pneus. Todo mundo está com medo dos pneus. O finlandês, ao término da classificação, fez um longo discurso para explicar por que optou por nem tentar ir ao Q3. Reproduzo na íntegra, embora seja meio cansativo:

“Fizemos um aposta.”

Obrigado pela paciência, voltamos.

Massa também ficou no Q2, o que já está se tornando tristemente rotineiro para ele. Fernandinho, esgoelando-se, passou ao Q3. Bruno parou por aí também, 15°, e Mal-Danado perdeu cinco posições no grid por troca de câmbio. Senninha que faça uma boa largada, sem complicações, porque tem chances de terminar nos pontos de onde está. Já será um bom resultado.

E aí chegamos no Q1. Pelo que li aqui e ali, e conversando com meus amigos árabes da Esfiha Chic em contato direto com o Bahrein, Rosberguinho, que era o favorito à pole, resolveu fazer uma única volta para ficar com um jogo de pneus zerado para a corrida. Isso deu num modesto quinto lugar. Mas a estratégia é interessante, porque os pneus estão sofrendo bastante em Sakhir.

E Tiãozinho renasceu. Fez sua primeira pole do ano, 31ª na carreira, o que o coloca a uma de Mansell para entrar na lista dos cinco maiores polistas da história. Polista é termo que acabo de cunhar e que será enviado ao meu amigo Aurélio Houaiss, editor de dicionários. Schumacher (68), Senna-tio (não diga… 65), Clark e Prost (66, 33 para cada) lideram o quesito, seguidos por Nigel, the Lion.

No Q3, Ffffêêêtel travou uma bela disputa com Líuis Hamilton. Levou, desabafou, voltou ao topo. Isso depois de quase ficar fora já no Q1, tendo de usar mais pneus do que gostaria. Do quase inferno ao céu. É ótimo. Temos mais uma para brigar, mas é preciso ser justo: aqui, pelo menos, nunca se descartou uma reação da Red Bull. Com McLaren e Mercedes, as brigas serão constantes ao longo do ano. É uma temporada de regularidade, acima de tudo. O Canguru em terceiro mostra que os energéticos estão fortes. Três novatos se destacaram nesse grid: Ricardinho em sexto, Grosjean em sétimo e o Ligeirinho em oitavo. Alonso acabou em nono e nem fez tempo no Q3 para guardar pneus, também.

O grid, já que o Grande Prêmio está oscilando neste primeiro dia de servidor novo (calma, gente, essas coisas acontecem), está aí embaixo.

1) Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 1min32s422
2) Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), 1min32s520
3) Webber (AUS/Red Bull-Renault), 1min32s637
4) Button (ING/McLaren-Mercedes), 1min32s711
5) Rosberg (ALE/Mercedes), 1min32s821
6) Ricciardo (AUS/Toro Rosso-Ferrari), 1min32s912
7) Grosjean (FRA/Lotus-Renault), 1min33s008
8) Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), 1min33s394
9) Alonso (ESP/Ferrari), sem tempo
10) Di Resta (ESC/Force India-Mercedes), sem tempo

11) Raikkonen (FIN/Lotus-Renault), 1min33s789
12) Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), 1min33s806
13) Hülkenberg (ALE/Force India-Mercedes), 1min33s807
14) Massa (BRA/Ferrari), 1min33s912
15) Senna (BRA/Williams-Renault), 1min34s017
16) Kovalainen (FIN/Caterham-Renault), 1min36s132

17) Schumacher (ALE/Mercedes), 1min34s865
18) Vergne (FRA/Toro Rosso-Ferrari), 1min35s014
19) Petrov (RUS/Caterham-Renault), 1min35s823
20) Pic (FRA/Marussia-Cosworth), 1min37s683
22) De la Rosa (ESP/HRT-Cosworth), 1min37s883
22) Maldonado (VEN/Williams-Renault), sem tempo (punido)
23) Glock (ALE/Marussia-Cosworth), 1min37s905
24) Karthikeyan (IND/HRT-Cosworth), 1min38s314

Daqui a pouco volto para contar o que já aconteceu em Interlagos.