Blog do Flavio Gomes
F-1

CURRY, LOLA, CURRY (2)

SÃO PAULO (13) – Pois que era muito cedo, assim dormi depois do treino, e só agora me deu vontade de escrever. Afinal, nada de novo no front indiano, não carecia pular da cama. Vettel fez sua quinta pole no ano e 35ª na carreira com a paz de Gandhi, sem susto algum (apesar de […]

SÃO PAULO (13) – Pois que era muito cedo, assim dormi depois do treino, e só agora me deu vontade de escrever. Afinal, nada de novo no front indiano, não carecia pular da cama. Vettel fez sua quinta pole no ano e 35ª na carreira com a paz de Gandhi, sem susto algum (apesar de errar na sua primeira tentativa), e o grid apontou a exata realidade da reta final do campeonato: Red Bull na frente (terceira vez consecutiva que faz a primeira fila), McLaren logo depois e Ferrari na sequência. Ferrari que ficou para trás de vez. Não conseguiu achar nada para melhorar seu carro, como as rivais fizeram. E em corrida de carro, como se sabe, só talento de piloto não basta. Fosse assim, eu seria campeão todos os anos de Lada.

Mas voltemos a Buddh. O Q1 foi o de sempre, limando os seis nanicos mais Verme, este desalojado do Q2 pelo companheiro Ricardão. A Toro Rosso faz um ano decepcionante, mas era esperado. Entre outras coisas, porque os pilotos são jovens demais e estão longe de ser especiais.

O Q2 sim, foi legal. Porque estava na cara que seriam cortados pilotos com potencial para passar, pelo que já tinham mostrado nos treinos livres e mesmo na primeira parte da classificação. Assim, seria uma disputa interna em alguns times, como foi. Na Williams, deu-se mal, para variar, o primeiro-sobrinho, que é muito fraco em classificação. “Cometi um erro”, explicou Bruno. Péssimo momento para cometer erros, em fase de negociação para 2013. Maldonado passou. Na Mercedes, matusalém empacou e Rosberguinho foi adiante, algo normal nesta fase final da carreira de Schumacher, que ligou o botãozinho de “foda-se”. Os dois forceíndicos, para decepção do povo da casa, não avançaram e, na Sauber, o deprimido e já demitido Kobayashi, um mito desprezado, ficou, mas Pérez, depois de tomar um chá com mel e limão bem quente para a gripe, seguiu. Finalmente, Grojã também errou e deixou para Raikkonen a representação preta e dourada para o Q3.

Vettel na pole, Canguru em segundo, Hamilton em terceiro, Bonitton em quarto. Lewis acha que dá para ganhar. Falou que como não tem muito a perder, menos que Tião Alemão, e por isso vai arriscar na largada. Alonso, El Desanimadón de las Astúrias, parte em quinto, com Massa em sexto. O espanhol falou no release da Ferrari que agora, além de brigar com os pilotos da Red Bull, tem de encarar Newey, também. Citou nominalmente o projetista rubrotaurino, num flagrante recado à cúpula técnica de sua equipe. Ele sabe que precisa contar, até o fim do ano, com azares e/ou quebras improváveis. A Red Bull, como a gente diz no futebol, cresceu na hora certa. A diferença de Vettel para Alonso esbarrou no meio segundo. É coisa demais.

Para esta corrida, ninguém deve viajar muito na estratégia de pneus. Duas paradinhas básicas e vamos em frente. No ano passado, apesar da pista boa, a prova foi chata. Temo que possa acontecer o mesmo amanhã se Vettel passar limpo pela largada. Vai sumir.