Blog do Flavio Gomes
F-1

A LISTA

SÃO PAULO (façamos as nossas) – A BBC encerrou sua série de reportagens sobre os maiores pilotos de todos os tempos, que resultou numa lista de 20 repleta de estrelas e ídolos atemporais. Senna ficou em primeiro lugar, com Fangio em segundo, Clark em terceiro e Schumacher em quarto. Veja a lista completa: 1 – […]

SÃO PAULO (façamos as nossas) – A BBC encerrou sua série de reportagens sobre os maiores pilotos de todos os tempos, que resultou numa lista de 20 repleta de estrelas e ídolos atemporais. Senna ficou em primeiro lugar, com Fangio em segundo, Clark em terceiro e Schumacher em quarto. Veja a lista completa:

1 – Ayrton Senna
2 – Juan Manuel Fangio
3 – Jim Clark
4 – Michael Schumacher
5 – Alain Prost
6 – Stirling Moss
7 – Jackie Stewart
8 – Sebastian Vettel
9 – Niki Lauda
10 – Fernando Alonso
11 – Alberto Ascari
12 – Gilles Villeneuve
13 – Nigel Mansell
14 – Mika Hakkinen
15 – Lewis Hamilton
16 – Nelson Piquet
17 – Emerson Fittipaldi
18 – Jack Brabham
19 – Graham Hill
20 – Jochen Rindt

A BBC rasga elogios a Senna e fala do “brilho romantizado” do brasileiro, potencializado pela maneira como morreu. Interessante notar que quatro pilotos ainda em atividade aparecem entre os 20, o que mostra como estes últimas anos da F-1 têm sido interessantes e ricos. Concordo com a presença de todos eles, até de Hamilton, o que tem menos títulos entre eles — os outros são Vettel, Alonso e Schumacher. Outro dado curioso: alguns da relação nem foram campeões, como Moss e Villeneuve.

Acho que se todos resolvermos fazer uma lista dos 20 melhores, provavelmente a maioria dos nomes escolhidos pela BBC se repetirá. Talvez faltem alguns, como Ronnie Peterson, Mario Andretti, Jenson Button, Kimi Raikkonen (estes dois, campeões mundiais ainda em atividade), Denis Hulme, James Hunt, Jacky Ickx, Clay Regazzoni, Carlos Reutemann, Jody Scheckter… Mas é quase questão de gosto. Muitos deles nem vi correr e deles sei por leituras, testemunhas e vídeos.

Minha ordem, no entanto, certamente seria diferente. Alonso e Piquet estariam muito mais para cima, Schumacher seria o primeiro e a briga pelo segundo lugar seria duríssima entre Senna,  Prost e Fangio, pelos meus critérios.

De qualquer forma, o resultado mostra como Senna foi marcante em seus dez anos e pouco de F-1, tendo deixado a sensação de que poderia, mesmo, ter feito muito mais se não fosse o acidente de 1° de maio de 1994.

ATUALIZANDO…

Não que seja uma surpresa, mas vale a pena ler os comentários para ver como tem gente dando chilique à simples afirmação “Schumacher é melhor que Senna”. E a palavra é essa mesma: chilique. Não há argumentos para discutir com esse pessoal. Chega uma hora que, sem muitas condições de contrapor números e realizações, eles vêm com “caráter”, “esportividade” e coisas do tipo. Todos muito íntimos de Senna (e de Schumacher), pois parecem conhecer profundamente a alma de ambos. É incrível como alguns anos de canonização pela TV alteram a percepção das pessoas. Falam, por exemplo, do que “Senna fez com a Toleman”. Um segundo lugar. Nessa mesma equipe, renomeada como Benetton, Schumacher ganhou dois títulos. Falam dos “adversários muito melhores”. Senna teve dois, em forma e com carros competitivos: Prost e Mansell. Do francês, perdeu dois títulos (1989 e 1993), ganhou um com menos pontos (1988) e outro jogando o carro sobre o rival (1990). Do inglês, ganhou um (1991) e perdeu outro (1992). Tem também o famoso “só ganhava porque tinha o melhor carro”. Ou o “os carros da época do Senna eram mais difíceis de pilotar”. A McLaren era ruim, nos tempos do Ayrton… E é fácil guiar com 50 botões no volante. Mas tudo bem. Vale a discussão. Senna foi, realmente, um fenômeno. Não bastasse o que fez na pista, e foi muito, estabeleceu laços quase incestuosos com homens e mulheres brasileiros.

Eu me divirto.