Blog do Flavio Gomes
F-1

CAMELÓDROMO (2)

SÃO PAULO (tenho tempo) – Vou dividir este sábado abudhabiano em partes, para dar volume ao blog. Notas separadas para temas diversos, sacam? Começando com Bruno Senna, que virou assunto da semana. É muito engraçada a ginástica que colegas in loco e não in loco mas mutcho lokos fazem para não ter apenas de citar […]

SÃO PAULO (tenho tempo) – Vou dividir este sábado abudhabiano em partes, para dar volume ao blog. Notas separadas para temas diversos, sacam?

Começando com Bruno Senna, que virou assunto da semana. É muito engraçada a ginástica que colegas in loco e não in loco mas mutcho lokos fazem para não ter apenas de citar outro veículo de comunicação. “Pode”, “deve”, “tomara que”, “foco ainda”… É tão fácil. “O site tal afirma que” e pronto. Vamos em frente. Que bela porcaria, alguém dar uma informação antes que você. Qual o problema?

Bem, na quinta-feira, dia 1°, a gente publicou no Grande Prêmio que a Williams já informou Bruno Senna que valeu, obrigado, sorte no futuro, lembranças em casa. A reportagem é assinada pela dupla luso-brasileira Martins/Teixeira, com domicílios na Parada Inglesa e em Vinhedo. É na Parada Inglesa que mora o Martins? Se for, faz todo sentido, porque a equipe em questão é inglesa, e anda meio parada.

Horrível essa.

Mas não tão parada com Maldonado, que acelera barbaridade, apesar de ser um desastrado contumaz em corrida. Pastor fez o quarto tempo no grid de Abu Dhabi, que pode ter alguma mudança porque Vettel largou o carro na pista sem cartão de Zona Azul, mas disso falarei em outro post, para dar volume ao blog — um post sobre Zona Azul.

O primeiro-sobrinho, mais uma vez, enfim, não passou para o Q3. Ele é muito fraco em classificações, e prova disso é a surra de 14 x 4 que está tomando do venezuelano neste ano. Hoje, teve problemas no KERS, algo que de fato atrapalha qualquer um. “Um pesadelo, enfim”, resumiu Bruno ao microfone da Globo. A Williams, porém, informou que o problema no KERS foi no Q1, e que no Q2 estava tudo funcionando normalmente.

E falando na Globo, lá vem o Galvão com sua verborragia deliciosa. “Tomara que seja mentira”, “tomara que os boatos”, “a situação está complicada”, “conhecendo ele desde pequeno”, “está se segurando”. Gente do céu. Não são boatos. São informações. E “tomara que seja mentira” é desqualificar o trabalho dos outros, não? Talvez fosse mais elegante algo como “tomara que não se confirme”. Mas “tomara” por quê? Quando será que minha categoria, a de jornalistas, vai aprender que torcer é para torcedor? Jornalista informa e opina, e olhe lá. Claro, todos torcemos para alguma coisa. Mas quando a torcida se sobrepõe à obrigação de informar bem, quando a torcida distorce os fatos, aí vira uma merda federal. Eu, por exemplo, jamais poderia comentar um jogo da Portuguesa na TV. Diria que estamos sendo roubados o tempo inteiro, que não merecemos derrota alguma e todos os gols do outro time foram impedidos.

E gente do céu… O rapaz é maior de idade, bonito, abastado, poliglota, tem lá seu talento, sabe pilotar carros de corrida, é rico, tem sobrenome famoso e patrocinadores fortes… Qual é exatamente o grande drama? Drama é do Kobayashi, coitado, que de todas as características acima possui apenas o talento — maior, diga-se. E nem bonitinho é. Esse deve ficar a pé sem choro, nem vela.

Senna vai sair da Williams não porque seja uma porcaria de piloto. É porque a Williams acha que Bottas é melhor, mais promissor, mais bem relacionado. Ou vocês acham que a equipe está colocando o rapaz para andar todas as sextas-feiras faz um ano só para não deixá-lo entediado nos boxes? É evidente que ele está sendo preparado para ser titular, é da vida, o mundo não vai acabar porque Bruno Senna vai mudar de equipe, ou deixar a F-1.

As chances de continuar, apenas reforçando o que já foi dito, residem na Force India e na Caterham — não creio que Senninha se submeteria a correr na Marussia ou na HRT,  equipes que, infelizmente, não têm grande perspectiva, o que é uma pena, porque sempre fui um torcedor incondicional das nanicas, mas não tem jeito, elas não vão.

Custa dinheiro, a vaga. E é disso que se trata.