Blog do Flavio Gomes
F-1

TRI IN SAMPA (25)

SÃO PAULO (quase no fim) – Para não esticar muito o assunto, que ninguém mais lê tanta coisa, alguns pensamentos imperfeitos deste domingo de vastas emoções, tendo sido a maior delas, evidente, a vitória da Lusa sobre o Inter de Santa Maria em Porto Alegre. – Prometeram uma grande homenagem-surpresa para Schumacher, mas suspeito que […]

SÃO PAULO (quase no fim) – Para não esticar muito o assunto, que ninguém mais lê tanta coisa, alguns pensamentos imperfeitos deste domingo de vastas emoções, tendo sido a maior delas, evidente, a vitória da Lusa sobre o Inter de Santa Maria em Porto Alegre.

– Prometeram uma grande homenagem-surpresa para Schumacher, mas suspeito que a única foi aquela volta antes da largada levando um bandeirão onde estava escrito “Thank you”. É singelo, mas honesto. E a recíproca, camarada, é verdadeira. Michael terminou a última de suas 308 corridas em sétimo, pilotando o carro número 7, mesma posição de largada de seu primeiro GP, lá em 1991 na Bélgica. E sete foram seus títulos mundiais. Ao final da prova, pelo rádio, Michael agradeceu a todo mundo de novo. E, de novo, nós é que agradecemos, camarada.

– Na corrida, um pneu furado no começo comprometeu a prova de Schumacher. Mas ele se recuperou bem e foi buscar os pontinhos da despedida. Quem viu, viu. Quem não viu, que veja no YouTube.

– Dos 25 pilotos que largaram em ao menos um GP neste ano (a única substituição foi a do suspenso Grosjean por D’Ambrosio em Monza), 18 marcaram pontos. Os seis nanicos zeraram de novo, mas hoje Petrov conseguiu o melhor resultado da Caterham, um honroso 11° lugar, o que colocou a equipe à frente de Marussia e HRT na classificação final. Isso deve querer dizer alguma coisa em termos de grana no ano que vem.

– Petrov, possivelmente, disse adeus à F-1, assim como Kovalainen. Pic já fechou com o time verde e a segunda vaga tem fila na porta. Senninha e Razia estão entre eles.

Hülkenberg foi pedir desculpas a Hamilton depois da corrida. Ele liderou 30 voltas em Interlagos, por ter sido, ao lado de Button, o único que não ficou com medinho da chuva. Macho pacas, o alemão. É um excelente piloto. A Sauber vai se dar bem com ele no ano que vem. Achei até que ia ganhar, e merecia um pódio. Cometeu um erro quando Hamilton o ultrapassou, mas o toque no inglês, depois, foi daqueles de corrida. Punido injustamente. Não dá para punir ninguém numa corrida disputada nessas condições. Ainda assim, terminou em quinto. Se ainda dessem o Motorádio depois do jogo, meu voto seria para ele.

– Ainda não falei do grande vencedor, este incrível Button, piloto que sabe como poucos ler uma corrida complicada. Largou bem, passou Hamilton logo na oitava volta e enquanto todos quebravam a cabeça sem saber o que fazer, foi ficando, foi ficando, como Hülkenberg, e se virou como podia com os pneus slicks na pista ora seca, ora úmida, ora molhada. Fez apenas duas paradas. Na primeira, colocou slicks de novo. Na segunda, intermediários. Chegou, junto com o piloto da Force India, a abrir mais de 40s para o terceiro colocado. Mas o primeiro safety-car, para limpar a pista, anulou a vantagem. Ainda assim, sem spray na cara e monitorando todo mundo, levou a McLaren a uma linda vitória. Fechou o ano como começou, ganhando. E algo me diz que vai engolir Pérez no ano que vem.

Hamilton se despediu da McLaren depois de seis temporadas, 110 GPs, 21 vitórias, 49 pódios, 26 poles, 12 mehores voltas e 913 pontos. Com um título, em 2008. Acho que ninguém tem nada a reclamar do outro. É um superpiloto. A Mercedes fez um grande negócio. Lewis, porém, terá de exercitar uma qualidade que pouca gente tem, ainda mais nesse meio: a paciência. Não vai ser fácil chegar chegando. Mas em 2014 mudam o regulamento dos motores. E todo mundo sai mais ou menos do zero. Vai ser muito interessante acompanhar Hamilton com atenção longe do guarda-chuva da McLaren.

– E Ron Dennis nem veio para falar tchau.