Lembro de, naquela corrida, ter entrado no puxadinho da equipe para pegar um refrigerante, ou um walkman, ou um tamagotchi. Aí, numa mesa de canto, vi Kobayashi, com seus cabelos esquisitos, ouvido as instruções de um engenheiro, que mostrava a ele, com um volante nas mãos, para que serviam os botões que ele nunca tinha visto direito.
Koba-Mito era piloto de testes, e claramente não sabia o que certos comandos faziam. A cada explicação, ele olhava com espanto para o engenheiro e exclamava: “Ooooh”. Isso aqui é para falar pelo rádio, Kamui. Ooooh. Esse aqui muda o mapeamento do motor. Ooooh. Aqui é a buzina. Ooooh.
O japonês fez uma corrida muito boa na ocasião e chegou em nono. Na seguinte, em Abu Dhabi, foi sexto. Domingo, pode estar se despedindo da categoria, para trabalhar com o pai como sushiman.
Isso porque a Sauber, finalmente, vai oficializar sua dupla de pilotos para 2013. Um deles, já confirmado, é Hülkenberg. O outro será Esteban Gutiérrez, mexicano da boa grana.
Kobayashi, no “preview” da equipe para Interlagos, disse que ama São Paulo, suas churrascarias, picanhas e cupins. Ontem, mal desembarcou já foi para o Fogo de Chão, conhecido no meio como “fogo de cháu”. Postou uma F1Team/status/271413149222203392/photo/1" target="_blank">foto horrenda no Twitter com o garçom Fabiano, segurando um boi em miniatura.
Figuraça e ótimo piloto, já lamentamos aqui sua mui provável despedida. Provável porque, claro, há sempre a chance de uma surpresa (Force India?), ou ainda de alguma equipe maior contratá-lo como reserva — aquela expressão “piloto de testes” não faz mais sentido.
Seja como for, palmas para Kamui, que até virou bonequinho.
Aqui em Interlagos, Koba já fala quase como ex-piloto. Suas esperanças residem em 2014. Ele acredita que pode voltar, com patrocinadores fortes e numa equipe de ponta.
Qual equipe de ponta vai estar sem piloto em 2014?