Blog do Flavio Gomes
Automobilismo brasileiro

ERA ASSIM, Ó

SÃO PAULO (onde nos perdemos?) – Mais uma vez devemos agradecer de joelhos ao Alessandro Neri, que tem tirado algumas coisas do fundo do baú que, definitivamente, não poderiam ficar esquecidas. Terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula 3 de 1994 em Interlagos. Eu, que não tenho paciência para vídeos longos, assisti à corrida inteira. […]

SÃO PAULO (onde nos perdemos?) – Mais uma vez devemos agradecer de joelhos ao Alessandro Neri, que tem tirado algumas coisas do fundo do baú que, definitivamente, não poderiam ficar esquecidas.

Terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula 3 de 1994 em Interlagos. Eu, que não tenho paciência para vídeos longos, assisti à corrida inteira. Não é para menos. Transmissão ao vivo da saudosa TV Manchete, arquibancadas com bastante gente, grid cheio, narração corretíssima e cheia de informações (o trio não faz nenhuma palhaçadinha, não tem babaquice, os comentários sobre marcas de chassi e motores são pertinentes, tudo muito legal, feijão com arroz bem temperado e saboroso) e… pilotos. Sim, pilotos.

Vou mencionar apenas quatro dos que estavam nessa corrida: Cristiano da Matta, Helinho Castro Neves (era assim, na época), Ricardo Zonta e Bruno Junqueira. Os quatro, praticamente um quarto do grid, bateram na F-1. OK, forcei um pouco a barra, Helinho fez só uns testes com a Toyota em 2002, mas dá para dizer que um cara que ganhou três vezes em Indianápolis não deu certo? Bruno chegou a ser piloto de testes da Williams e perdeu a vaga de titular, depois de ganhar a F-3000, para Jenson Button. Cristiano e Zonta chegaram lá como titulares.

Não tem segredo. Da quantidade sai qualidade. Para haver quantidade, é preciso criar condições para tal: apoios de montadoras, patrocinadores, autódromos, custos baixos, mídia etc. Fórmula simples, mas que dá trabalho.

Mas voltando à corrida aí do alto, ela foi espetacular, com tudo aquilo que Interlagos oferece sempre: pista seca, úmida, molhada, rodadas, ultrapassagens, tudo do bom e do melhor. Como não lembrava quem tinha vencido, vi até o final. Não vou contar quem ganhou, vejam vocês. Um thriller.

E não deixei de notar ao final do vídeo, no pódio, o repórter entrevistando o ganhador, olhando para a câmera indicada, e aí vem o promotor, acho que o Toninho de Souza, e afasta a dupla para fazer a entrega dos troféus da classe B. Putz, empurra o cara da emissora que fazia a prova ao vivo, grande parceiro da categoria! E o grande vencedor junto! Mas nenhum dos dois perdeu o rebolado e a entrevista continuou na boa.

Outros tempos.